1. Sinal de espera e de dom
Partícipes da espiritualidade de espera que envolvia a vida e impregnava os pensamentos e sentimentos, as atitudes e os desejos do “pequeno resto de Israel”, ao qual pertencia Sant’Ana, nos vem solicitado de carregar em nós e de anunciar a alegre certeza que Deus é a nossa única herança. Somos chamados, então, a proclamar a fidelidade do amor de Deus indicando Cristo como a realização da Promessa. Somos chamados a sustentar a fé e a esperança do homem de hoje diante do desalento, da dispersão e da perda de sentido que ofusca a esperança. Isto exige o fazer-nos atentos ao grito da humanidade que quer viver; presentes com gestos de amor, de misericórdia e de ternura onde o homem é mais vulnerável; a serviço da vida que se doa sem limites e sem recompensa, no sacrifício silencioso e escondido.
2. Discípulo (a) de Jesus Servo
Exige que os traços essenciais do Servo penetrem na nossa vida e sejam os motores do nosso existir, vivendo a entrega total da nossa existência, como Jesus sobre a Cruz. “Sobre o altar do sacrifício duas são as vítimas”. (Madre Rosa).
3. Colaborar na obra da salvação
Madre Rosa escrevia: “Devem se empenhar para o incremento da Santa Fé”. “Pela obra do Senhor se deve andar sem descanso...” “Quantos existem que não Te conhecem e aqueles que Te conheceram, fogem de Ti por não te terem visto. Eu queria correr em todos os lugares e gritar forte que todos venham a amar-te”.
4. Firmemente apoiados sobre três pilastras
Pobreza de coração: atitude do anawin, o humilde diante de Deus, que fundamenta a sua vida na certeza da fidelidade de Deus à promessa. É o modo de ser de quem testemunha que Deus é a única herança e proclama com a vida que o mundo não pode ser transformado senão com o espírito das bem-aventuranças. Em síntese podemos dizer que a pobreza do coração é responder a Deus. Encarado como único e supremo bem; e considerado, portanto, como única herança.
O final da chamada dos leigos é “caminhar pela santidade seguindo Cristo no mistério da sua pobreza...” . E ainda: “vivem a sua consagração batismal na pobreza do coração que se torna para eles seu modo de ser, de viver e de existir que qualifica a sua presença no mundo e informa o seu estilo de vida”.
Estes três verbos: ser-viver-existir encontramos uma vez no Novo Testamento: “Nele vivamos. Nos movamos, existamos...” (Atos 17,28). “Nele”, isto é, em Deus.
Doação materna: sinal dos traços maternos de Deus, de um amor puro e gratuito, de um amor fiel que sabe começar sempre, de um amor misericordioso capaz de gerar o outro, fazê-lo existir porque amado, acreditado, perdoado. Um amor que se doa seguindo a lógica evangélica: perder para encontrar, morrer para viver. “Como uma mãe consola um filho, assim eu os consolarei”. “Esquece-se uma mulher de sua criança, assim de não comover-se pelo filho de suas entranhas? Mesmo que existisse uma mãe que se esquecesse, eu, ao contrário, não me esquecerei nunca”. Bento XVI, no livro Jesus de Nazaré, tem uma afirmação que ilumina a realidade de Deus Mãe e indica como deixar-se amar para tornar-se sempre mais amor-dom: “De modo particularmente tocante aparece o mistério do amor materno de Deus na palavra hebraica rahamim, que originariamente significa “seio materno”, mas que depois se torna o termo para indicar o “compadecer” de Deus com o homem. O seio materno é a expressão mais concreta do íntimo entrelaçamento de duas existências e das atenções para com a criatura fraca, dependente que, corpo e alma, é totalmente guardada no seio da Mãe.”
Espírito de família: o estilo de vida tipicamente familiar se revela na qualidade das relações simples, espontâneas, confiantes, essenciais, abertas, capazes de se viver quase como cidadãos do mundo, porque constantemente alimentados pela única certeza: “Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Único”. Somos chamados a colaborar a partir de dentro para que a humanidade se faça família de Deus.
Enviado por Gilberto
gcm.08@hotmail.com
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