"Também vós leigos podeis viver a espiritualidade das Filhas de Sant'Ana; ser os cem braços e chegar lá onde as Filhas não podem chegar" Intuição de Rita de Maggio - 09 de dezembro de 1981


domingo, 7 de dezembro de 2014

ADVENTO - Dom Sérgio

MOVIMENTO DA ESPERANÇA
ADVENTO  - 2014

“SENHOR ... EU SEI QUE TU ÉS!”...
... O filho de Maria (Lc 1, 30-31) e de José (Mt 1, 18-21). Eles, graças à sugestão divina, te chamaram Jesus. Estavam próximos a realizar seus sonhos de amor, quando Maria, inesperadamente, em obediência ao anjo, concebeu o teu corpo, pela vontade de Deus. José, apenas por expressa vontade divina, receberá Maria como esposa, pois havia decidido ir embora em segredo; e como filho, tu Jesus.
Mas não é segredo aquilo que João, o discípulo amado, revela sobre ti... estavas “no seio de Deus!” (Jo 1, 14-18). Não é suficiente; ainda escreve aos seus fiéis: “nós, os apóstolos, escutamos, vimos, contemplamos, tocamos na PALAVRA DA VIDA (1Jo 1, 1-4), porque a “VIDA” se fez visível”; a vida eterna, isto é, a vida luminosa, inacessível, sempre escondida nas profundezas de Deus... Agora se manifestava e os apóstolos viram quando Jesus, criado pela Palavra do Pai, tomou a semelhança de homem. Aconteceu que “o Verbo se fez carne” ... homem!
Jesus, que mistério insondável o teu corpo!
A Palavra divina não queria que qualquer homem participasse da tua formação. Não só isso, também o colo que devia acolher-te; a Palavra, com cuidado, criava uma mãe em quem não houvesse qualquer sombra de pecado: uma mulher inocente! Cuidadosa em obedecer aos segredos propostos pelo Espírito. Nela nenhum desejo ou pensamento desordenado... Nem mesmo um suspiro que estivesse longe da vontade de Deus ou indiferente a esta. No seu íntimo não poderia guardar ânsia ou temor... Enfim, nada que não gozasse das delícias divinas.
Que milagre o teu corpo bendito! Saia das mãos do Pai e do útero da mãe, realmente como ... novo Adão!
Em seguida nos dois corpos, as obras-primas do Verbo criador, serão revelados os segredos da vida (Lc 1, 35). Unidos para sempre, mãe e filho, o mais sábio dos “mistérios” divinos: A Encarnação.
Jesus, teu nascimento foi afastado dos ruídos do mundo: nasceste no segredo de uma gruta. Não havia nenhum outro lugar para dois jovens peregrinos que vão até Belém para o recenseamento; é tanta confusão... Como sempre nestes casos, os pobres não tem recomendação; devem encontrar um último lugar e adaptar-se!
Mas fostes acolhido pelos pastores e alguns estrangeiros vieram de longe, guiados por uma misteriosa estrela. Aos pastores, pessoas do campo, de pouco saber, iletrados, habituados a viver com os animais, tu envias... os anjos! Pela sua linguagem doce e sublime, os pastores se reconhecem adoradores improvisados, capazes de se envolver na tua glória! Portanto, acolhedores e agradecidos pelo mistério anunciado...  Aos “Magos”, habituados a olhar o céu, tentando descobrir na imensidão qual o sentido de tal grandeza, tu fazes brilhar, com luz imprevista e bondosa, a alegria de um mistério muito diferente: tu, bebê recém-nascido, “envolto em faixas, deitado em uma manjedoura” (Lc 2, 8-12 e Mt 2, 1-5). 
Como todos os nascidos em Israel, vais ser circuncidado no oitavo dia (Ls 2, 21) e teus pais oferecem um sacrifício, segundo a Lei, o montante que pagavam os pobres! Em Jerusalém, Simeão te aguarda. O Espírito Santo lho havia preanunciado a tua vinda: um consolo muito desejado!...  Será possível que somente ele percebeu a voz do ... vento divino? (Jo 3, 8) Simeão revela-te como uma promessa de luz para os gentios, para aqueles magos em particular, que retornaram aos seus países falando de ti: divulgando a “grande alegria”. Mas serias também “sinal de contradição”, de ruína e de ressurreição... Porém devias ser, sobretudo, “salvação preparada diante de todos os povos!” (Lc 2, 25-32).
De qualquer maneira, quando as profundezas escuras do céu e da escuridão sombria cobrindo a terra, graças a tua presença, se abrem em sinais luminosos de luz. Tu Jesus, és o único homem que tem livre acesso às regiões da vida; aquele que possui as origens. Desde o princípio conheces os segredos! Torna-te para nós o “autor da vida”. Ainda: te deixas mergulhar em um vilarejo de modo nenhum interessante; porém, nos concedes um episódio da tua juventude: aos 12 anos, por ocasião da festa da Páscoa, te entretiveste no templo de Jerusalém, escutando e interrogando os doutores da Lei. Tua humanidade já é “plena de graça e de verdade” (Jo 1, 14) e atenta às “ocupações de teu Pai!”. Oh! doutores! Se soubessem quanta riqueza havia naquele corpo de jovem, teriam tentado segurá-lo, contê-lo, admirar-lhe a inteligência!
Que angústia sentiu Maria, pensando ter te perdido!

Que perguntas fizeste? Poderias realmente precisar ou desejar conhecer as respostas daqueles doutores? Não eras tu “a luz verdadeira que ilumina cada homem?” (Jo 1, 9). Somos nós, portanto, que temos a necessidade de fazer perguntas, incessantemente... E ter luz para dispersar tanta ignorância. Mas talvez, como disseste a João Batista: “Por enquanto deixe como está, porque devemos cumprir toda a justiça” (Mt 3, 15), devemos aceitar reconhecer simplesmente um menino inteligente, que quer apenas se tornar um filho fiel de Israel! E mais, envolvê-lo num contínuo esquecimento. Não obstante esconderes-te, as tuas respostas manifestavam tanta sabedoria, que despertaram grande espanto em teus ouvintes. (Lc 2, 41-50).
Mais tarde João escreverá que “o mundo inteiro não bastaria para conter os livros necessários para escrever as muitas outras coisas que ele realizou” (Jo 21- 25). Que tristeza, pois tanta sabedoria celestial foi perdida. Quantas luzes, quantos ensinamentos desconhecidos! Eles nunca vão nos consolar, nem apoiar-nos. Aquela pouca colheita, apenas um pouco, será suficiente para a árdua caminhada da fé? Por isso, Jesus teve compaixão e decide caminhar ao nosso lado até ao fim, ainda que escondido num “pouco” das Escrituras que nós conservamos freneticamente!
Depois daquele tormentoso  -  porém, não para ti – “reencontro”, voltaste a ... eclipsar-te em Nazaré. Certamente um refúgio menos precário, menos pobre, mas, sobretudo menos humilhante daquela permanência dolorosa na terra do Egito. Como foi num tempo para Israel, também para ti foi amarga a distância da pátria! Mas tu, seguramente, eras uma criança confiante e segura nas mãos de teus pais... Que coisa dissestes? Que coisa aprendeste com aquela breve experiência? Será que no Egito começou a oração solitária?... Mas não respondes; mantiveste tudo em silêncio, portanto inútil provocar-te a revelar alguma coisa sobre os teus sentimentos! E também, da longa estadia em Nazaré, nada foi revelado. Lucas apenas nos recorda que, terminada a festa, voltaste de Jerusalém com teus genitores, retornaste para tua terra e “permaneceste obediente a eles” (Lc 2, 51). “Crescias em sabedoria, em estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 52).
O que conhecemos da tua vida transcorrida em Nazaré entre os 12 e os 30 anos, quando iniciaste tua vida pública (Lc 3, 23), está contido em duas palavras: “estavas submisso”!
Outro autor sacro acrescenta, para este tempo de tua vida terrena, uma única e dramática “ocupação”: “Durante a sua vida na terra, Cristo fez orações e súplicas a Deus, em voz alta e com lágrimas, ao Deus que podia salvar da morte. E Deus o escutou, pela sua piedade” (Hb 5,7).
As tuas lágrimas, teus fortes gritos, obtiveram a graça de libertar-nos de um destino infeliz. Não havia nenhuma esperança para nós, nenhum consolo. Não podíamos mais “estender a mão para colher o fruto da árvore da vida. Expulsos do jardim do Paraíso, que foi protegido pelos anjos e pela espada chamejante” (Gn 3, 22-24).  Fazíamos a triste experiência da “morte eterna”...
Este o propósito da tua vida: uma súplica incessante para obter a graça do perdão! Caso contrário, que interesse podia haver em vires ao meio de nós num mundo de mortos?
Submisso a cada acontecimento, despiu-se de toda a dignidade para denunciar a vaidade de uma vida miserável, de escravidão, na qual o pecado nos exilou! (Fl 2, 6-11).

Realmente estamos aqui na terra! E vivemos num mundo de sombras; enquanto estás lá em cima! (Jo 3, 31 e 8, 23). Tu vens do alto, estás no topo de tudo, falas do céu. Nós viemos da terra e não temos nada para falar, se não aquilo que pertence a terra. Tu, a luz verdadeira que ilumina nossas trevas. (Jo 1,9). Para o teu mundo não temos olhos especiais. Os mais familiarizados te perguntam: ”onde moras?” (Jo 1, 38). Os nossos olhos incapazes de penetrar o invisível... de tua habitação. Ainda que te oferecesses para isto, para conduzir-nos ao teu reino. É verdade: não és deste mundo, mas, entretanto, nos ensinas a não ser deste mundo. (Jo 17, 16). 
Depois... continuas a ocultar-te também no acontecimento-ressurreição (Páscoa). Tudo isso realizado em silêncio, sem clamor, num lugar solitário, tranqüilo, discreto, sem testemunhas... tanto que os guardas que iriam guardar o sepulcro dormiram!   Algumas mulheres chegam para cumprir os últimos ofícios do enterro. Encontram removida a pedra que fechava a entrada do sepulcro. Porém teu corpo não estava lá. Ninguém viu, ninguém sabe da tua ressurreição! Todos parecem ignorar um fato tão chocante, único, sublime...  Além disso, apareceste a poucos e estes poucos tiveram muita dificuldade em te reconhecer logo! As aparições foram fugazes... Em suma, pareces que queres fazer o possível para banalizar tal mistério: confundir, criar dúvidas, perplexidade... Não pareces ser “capaz de atrair todos a ti”, como prometeste (Jo 12, 32). O mundo continua a ignorar-te e tudo é como antes!
Assim, Mestre, não modificaste os acontecimentos: cuidadoso em não perturbar as consciências, para não correr o risco de escandalizar-nos. Mesmo João Batista, que no ventre de Isabel alegrou-se, santificado pela simples presença de teu corpo concebido no seio de Maria, tornado fiel precursor, te esperou, devorado pelo desejo de ver-te, de ser teu discípulo... Mesmo ele irá se escandalizar de ti! Num momento de escuridão, aquela terrível dúvida: “és tu?”! (Lc 7, 18-23).
Mesmo entre teus concidadãos, não serás aceito. Não compreenderão teu ensinamento, desprezarão a tua fama, desfazendo de tua origem nada nobre (Mt 13, 57).
Pedro se escandalizará de ti! (Mt 16, 22). Também cada apóstolo, na hora das trevas, se escandalizará de ti! (Mt 26,31).
E nós?  Não nos escandalizas ao nos propor a pobreza como felicidade? Com todos os seus... desdobramentos, dolorosos, humilhantes? E a tua insistência em nos recordar que... a nossa condição humana continuará pobre? Não é absurdo que o cansaço, o sofrimento, a luta de cada dia quer sair da humilhação e tu venhas para aconselhar a não se opor ao mal? (Mt 5, 39). Pelo contrário, para afligir-se? Sim, tudo isso é absurdo! Ou como ficar ouvindo quando queres nos convencer que seremos abençoados se nos insultarem? E seremos felizes se formos insultados, oprimidos, perseguidos? (Mt 5, 11). E aquele impossível... “amai vossos inimigos, rezai por eles?” (Mt 5, 44-48)... Em verdade, que “perfeição” é esta?
Muitas vezes tiveste as multidões em tuas mãos, te seguiam, poderias criar um mundo justo com eles, te queriam chefe, até mesmo rei (Jo 6, 15)... Mas tu desprezaste tudo e decepcionaste todos, retirando-te para ficar sozinho!... Que tipo de perfeição proclamas?... Porém é inútil continuar protestando... Sem dúvida, “ninguém te conhece!” E é presunção diabólica afirmar: eu sei quem tu és! Uma falsidade abissal! (Lc 4, 34).
Somente “o Pai conhece o Filho!” (Mt 11, 27)
Jesus, o que o mundo sabe sobre a oferta do teu corpo, do teu sangue derramado para a remissão dos pecados? E o que tem feito do teu prostrar-te aos nossos pés? Da aliança que fizeste conosco para sempre?
Somente o Pai conhece a “perfeição” da tua caridade e contempla, acolhendo a tua misericórdia: “Tu és o seu Filho predileto!” (Lc 3,22). O “mais belo entre os filhos do homem” (Sl 45). Só tu, Jesus, podes abraçar num abraço sem fim, o princípio da vida: “O PAI!”. De tudo o que é seu, te faz dono! (Jo 16, 15) e dele continuas a ser... o filho submisso!

Jesus, há um episódio em que revelas um segredo dessa mútua relação: Tu estás no Pai e o Pai em Ti! Tu és dom do Pai e o Pai, face gloriosa do Filho (Jo 14, 9-10).
Aqui está outro episódio: estamos perto da Páscoa, as multidões, como sempre, te seguem, te escutam. Num certo momento, para testar Felipe, tu falas: “onde vamos comprar pão para matar a fome de tanta gente?”. O local é deserto (Jo 6, 5)... Tu insistes: “vós mesmo é que deveis dar a eles o que comer” (Mt 14,16)... Jesus novamente nos escandaliza: denuncia a nossa incapacidade de compreender, de agir: “o que são cinco pães e dois peixes para tanta gente?” Verdade. Nem mesmo duzentos dinheiros seriam suficientes para alimentá-los...
O que estás fazendo?
Não é tanto o milagre que vai acontecer, mas aquele gesto: “ergueu os olhos para o céu” e aquela palavra “pronunciou a benção” (Mt 14, 13-20 e Lc 9, 11-17).
E o céu se abre! E graças em abundância invadem a terra! Além dos limites...
O pão é distribuído e tu recomendas que nada seja perdido! Ele veio do coração de Deus, é sagrado!
Frequentemente a tentação que nos acompanha nesta vida é que “as pedras se transformem em pães” (Mt 4,3) para nossa fadiga, para o nosso compromisso, para as técnicas que sempre aperfeiçoamos, assim como para estragar uma terra “amaldiçoada”, enfim um pão sem dores! (Gn 3,17).
Não conhecíamos “bênçãos” e nem muito menos “graças” que choviam do alto!
Jesus, só tu sabes levantar os olhos ao céu... e a aliança está pronta. Pronuncias a benção e os cinco pães e dois peixes... é pouco!, mas oferecidos ao Pai, é preenchido com toda a plenitude!
Bem-aventurado aquele que não se escandaliza com a tua Páscoa!  Ardes no desejo de arrastar todos a ti (Lc 12, 49-50 e 22, 14-18).
Sempre estiveste no caminho para esta hora, a tua Páscoa. O teu batismo! Enquanto eles estavam angustiados, não foi realizada. Agora, finalmente, tornaste-te “o homem das dores; desprezado e rejeitado pelos homens” (Is 53).
O Pai vacila: pelo corpo que entregas livremente e pelo sangue inteiramente derramado... “Enquanto isso é concluída tua descida ao “inferno”: de fato acabas pregado numa cruz, para levantar uma vez mais, a última, com os olhos para o céu e pronunciar a benção: ”Pai chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que teu Filho glorifique a ti, fazendo que conheçam o teu nome” (Jo 17, 1-2). Finalmente ofereceu a si mesmo. És um crucificado; Pobre o suficiente para se tornar totalmente abençoado... Vestis a “maldição” do mundo, portanto nas mãos do Pai entregas tua vida (Lc 23, 46). E a abundância do céu transborda sobre a mesa, banquete para todos os povos: “pão” do Pai para todos os que tem fome, jubilosa esperança, única para todos os pobres!

Jesus, como não devemos escandalizar-nos desta tua enésima ...loucura?




E ainda: tua morte destruiu o inferno e o amor venceu e reina para sempre!!

Com paternal afeto,
                                       Dom Sérgio

ADVENTO - Rita Di Maggio

MOVIMENTO DA ESPERANÇA
NATAL – 2014
            Caríssimos irmãos e irmãs:
            A cada ano que passa aumenta nosso sentimento de gratidão ao Senhor por tudo quanto realizou em nossa vida, na vida de tantos irmãos e irmãs e na nossa Família Carismática. Louvo ao Pai que me deu e me concedeu experimentar e escutar tantos testemunhos dos seus interventos.  É grande o dom que Ele nos deu chamando-nos a percorrer um caminho de fé que nos educa quanto à forma de deixar-nos conduzir, a viver verdadeiramente abandonado em suas mãos, a testar e experimentar sua fidelidade e o seu amor. Ele faz como, quando e onde Ele quer. Tem sua própria pedagogia que não se adapta à nossa maneira de ver e... com o nosso tempo. Nós queremos tudo rápido, porque nossa maneira de ver é muito superficial... Ao invés disso Ele vai fundo onde ninguém pode entrar, mesmo para nós mesmos e, com muita delicadeza e... determinação realiza de acordo com os seus desígnios. A nós o poder de contemplar as suas obras...
            Porém estamos com Ele e conhecemos os caminhos e a terapia que usa. A Catequese que D.Sérgio nos oferece no início deste Ano Litúrgico é como um “abraço”, um “segurar as mãos” para introduzir-nos no caminho feito por Jesus, em toda a sua vida, em direção ao seu triunfo como REI e SENHOR da glória. De fato o Advento inicia um caminho de doze meses nos quais a Igreja celebra todo o mistério de Cristo.
            Eu soube e participei com mensagens e orações dos encontros Territoriais nos vários países. Na Itália, neste ano, o Senhor nos deu a graça de viver momentos intensos nos vários encontros, mas, sobretudo, nos Exercícios Espirituais. Quanta graça foi plantada nos corações dos irmãos e irmãs, através da participação no banquete da Palavra, da Eucaristia e da comunhão fraterna!  Alegramos-nos com os irmãos que, com simplicidade, porém com força, testemunharam o quanto o Senhor tem feito em suas vidas.  E quanto é importante o caminho do Movimento, que nos permite conhecer, amar e servir ao “Bem Amado” de Madre Rosa, que desejava e ... deseja que todos conheçam o Senhor, porque sem Ele “não podemos fazer nada”: “seremos árvores infrutíferas”.
            Entrando em contato com Irmã Lúcia soube do nascimento de um novo grupo, perto de Fátima Flores (Nordeste do Brasil). Agradeço ao Senhor e desejo que Madre Rosa interceda por todos nós, para que façamos mais e mais a sua vontade, que é também aquela de Jesus. “Ide, pregai, curai, batizai...”; hoje é também o convite constante do nosso pastor Papa Francisco que nos convida a “sair”. Que o Senhor nos conceda esta graça, pelo bem de tantos irmãos que vivem angustiados, no escuro, na solidão... que estão doentes e necessitam de um Médico, que cura todo gênero de doenças... é o mais barato: NÃO PEDE NADA E DÁ TUDO!!!  E hoje, com a crise, vale a pena conhecê-Lo...
            Depois dos Exercícios Espirituais em Pergusa (Sicilia... éramos mais de setenta e a casa de Baida, das nossas Irmãs Filhas de Sant’Ana, não nos comportava...) prolongamos a permanência com os irmãos das Equipes Territoriais por mais dois dias. Sempre à luz da oração nós examinamos um pouco da realidade ajudados por um questionário que foi enviado a todos os Responsáveis poucos meses antes.
             Enviarei este Questionário para o resto dos países o mais breve possível, para que nos possa ajudar a conhecer a realidade inteira do nosso Movimento, recordando-nos sempre que “SOMOS MEMBROS DE UM CORPO”. Tudo isso visando nossa Segunda Assembléia Internacional; se o Senhor desejar e se entrar em seu itinerário, ela será realizada!
            Toda a minha oração e o meu agradecimento ao Senhor para todos os irmãos que, por motivo de saúde, deixaram o encargo de membros das Equipes Territoriais. Os meus agradecimentos saem do profundo do meu coração aos caríssimos Geppino e Giuseppa, Angelo e Anna por seu amoroso serviço e dedicação a esta Obra de Deus. O meu desejo é que possam continuar a caminhar e servir em seus grupos com o mesmo zelo e amor.
            Queremos recordar e confiar aos braços do Senhor, Noêmia, de Carpina (Brasil), mãe de Gilberto e nossa irmã do Movimento por tantos anos e também Letizia, responsável pelo terceiro grupo de Cercola (Nápoles), que terminaram o seu caminho terrestre. Que elas possam gozar as glórias do Paraíso, juntas com todos os irmãos e irmãs que nos precederam.
            Neste ano nós publicamos um subsídio sobre os 150 Salmos, fruto das pregações e meditações de D. Sérgio, que viu os Salmos como um caminho a percorrer para chegar a Jesus e que pode ser o caminho indicado a cada um de nós.
            Como membros da mesma Família Carismática, sentimo-nos profundamente envolvidos em oração por nossas Irmãs Filhas de Sant’na que, no próximo mês de março de 2015 celebrarão seu Capítulo Geral.
            Que nossas Três Madres intercedam por todos nós para que possamos realizar somente o que é bom e perfeito, aquilo que é do agrado ao Senhor.

            Abraço-vos com grande afeto


                                                                Rita  

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Sal da Terra e Luz do Mundo


Palestra: "A missão do Movimento da Esperança é ser
Sal da Terra e Luz do Mundo"
Padre Ronaldo


Momento Marial
Grupo de São José de Mipibu


Foto oficial do Encontrão 2014


Momento de louvor


Missa na Igreja Matriz de Carpina/PE


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Palestra - Padre Ronaldo


"A missão do Movimento da Esperança é ser Sal da Terra
e Luz do Mundo" (Mt 5,13-16)

Sal da Terra e Luz do Mundo - Raios de Esperança


SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO
Letra e música: Genilson
Ministério Raios de Esperança

Eu sou chamado para ser a luz do mundo
e para ser o sal da terra e dar sabor

//No Movimento da Esperança eu assumi o
compromisso de servir ao meu Senhor//

Vem, vem atender o chamado de Deus/
ser sal e ser luz do mundo e
anunciar a Boa Nova aos filhos seus (BIS)

A Madre Rosa desejou ter muitos braços para
acolher o humilde, o pobre e sofredor

//E com os filhos e as filhas de Sant'Ana
o Movimento vai seguindo o seu ardor//

domingo, 19 de outubro de 2014

Imagens do XXIII Encontrão do Movimento da Esperança






XXIII ENCONTRO TERRITORIAL DO MOVIMENTO DA ESPERANÇA
De 17 a 19 de outubro de 2014
Carpina - PE
Tema: "A missão do Movimento da Esperança é ser Sal da Terra e Luz do Mundo" (Mt 5,13-16)

sábado, 11 de outubro de 2014

Carta de Rita Di Maggio para o Encontrão 2014


A missão Movimento da Esperança é ser Sal da terra e Luz do Mundo

Meus queridos irmãos e irmãs, como estaria com você, te ver de novo, abraçam-te novamente e compartilham este momento muito significativo. Mas, não sendo capaz de fazê-lo em prática, fazê-lo com minha mensagem, para garantir a minha proximidade com oração e meu grande afeto e altere saudades.   O tema escolhido para esta reunião XXIII nos ajuda a tomar consciência da nossa vocação e para pesquisar nossa coração na nossa resposta. Jesus nos diz: "Vós sois ou sal da terra... Vós sois a luz mundo... "dois elementos muito pequenos, mas com um grande significado. Se parar e pensar um pouco, percebemos que precisamos de sabor de uma pequena quantidade de sal... e não há nenhuma necessidade para iluminar uma pequena fonte de luz... Eu acredito que é importante ressaltar que o senhor sempre usa "em breve", o "pequeno"... para realizar obras grande... O sal "desce" para derreter e misturar-se com os elementos dando sabor, "luz"... "deve ser colocado no topo" para proclamar, esclarecedor, anunciar.
            Ser sal significa tornar-se ciente de que estou no mundo, mas não do mundo, portanto não posso pensar e agir de acordo com a mentalidade do mundo, mas de acordo com Deus, dando o "sabor" para os acontecimentos diários que a vida me apresenta. Mas eu tenho que entrar, alimentam-se da palavra de Deus para viver e proclamar tornando-se luz para iluminar o ambiente onde eu estou, você pode ser a família, o local de trabalho, com amigos, para a estrada...          Quando se faz uma experiência você não pode mantê-lo por si mesmo. Papa Francis continuamente convida-o para "sair", recordando o convite de Jesus: "vai para... proclamar... curou".  
Assim, mesmo o grande desejo, desejo, ansiedade de rosa da mãe, que tinha experimentado: "Eu quero correr... gritar... todos eles te amavam"
            Parece providencial mesmo a liturgia destes dias. É o senhor quem chamadas, enviar, confirma. Na verdade, o Evangelho de hoje, dia 17, começa por dizer: "naquele tempo, reuniu milhares de pessoas..." (Lucas 12, 1...); Amanhã, 18, dia da missão, o evangelho do dia sempre diz: "naquele tempo, o senhor designou outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois..." (Lc 10, 1...) E domingo, na primeira leitura confirma a chamada: "...Liguei para o nome...Eu sou o senhor, e não há mais "(Isaías 45, 4...).
            Nesta reunião, como uma "família" e como "membros do mesmo corpo" juntos fazemos louvor ao senhor para o grupo Maristella de 25° para o "novo" Bud nascido de Fatima Flores, para colaborar e compartilhar sempre tão precioso FSA irmãs e nossos irmãos: "Louvai Iahweh, glorificai, todas as nações-o, todos os povos! Pois seu amor é para sempre! ". Nós também queremos unir em louvor, a mãe de Gilberto e nossa querida irmã Noêmia, juntamente com todos os nossos irmãos e irmãs com quem temos tanta coisa em comum, mas que já terminou sua jornada terrena: "nome de Louvai ó de Iahweh, louvai de Iahweh servos! Vós servis na casa de Iahweh, n º s atrios da casa nosso Deus ". Estamos pedindo sua intercessão por nós tudo o que o senhor tenha preenchido suas bênçãos e chamar muitos outros "trabalhadores" na "sua vinha".
Queridos todos, que eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para enviar-lhe os "questionários", pela equipe e outro para os responsáveis. É necessário verificar o caminho de movimento em cada território e em cada grupo, com a esperança de alcançar a nossa segunda Assembléia internacional. Eu perguntar ao gerente para fazê-lo juntamente com seu grupo e enviá-lo para sua equipe, para o qual peço o favor de fazer uma síntese dos vários questionários e inviarmela. Possivelmente pelo Natal.Fratelli e sorelle carissimi,  ringrazio di cuore per la vostra collaborazione. Tutto facciamo nel nome del Signore e per l’incremento della sua Opera, a beneficio di tutta la Chiesa.


S. Anna, Maria e mãe Rosa acompanhá-lo! Confio-vos a Deus, e eu abraço-te com imenso carinho e altere altere altere saudades. Rita

sábado, 27 de setembro de 2014

Novo Grupo do MdE de Fátima de Flores




Boa tarde, Gilberto!

Estive a semana passada em Sítio dos Nunes, na Comunidade S.A. del Savatore e as irmãs pediram para 
eu conduzir um encontro com o Grupo do MdE de Sítio dos Nunes que Ir. Itanaci está iniciando. Elas só havia tido 02 encontros, então 
a pedido da irmã reforcei o que é o MdE sua identidade, espiritualidade e Missão.

Em Fátima de Floes, o grupo é acompanhado por Ir. Lúcia, como você sabe. Lá aprofundei o sentido da Missão como MdE
pela proximidade ao Mês missionário; reforçando que a primeira missão é caminhar para santidade  e cumprir o mandato de Jesu em atitude de pobreza:

IDE E ANUNCIAI EM TODO MUNDO BATIZANDO EM NOME DO PAI.... a partir da própria família...

Gostaram da minha visita lá, e foi gratificante para mim também.


Receberam a Carta e programação do encontro anual estão se organizando para ver quem consegue ir a Carpina.


Envio em anexo a fot dos grupo.

Ir. Rozangela (FSA)
 
"Que a vontade de Deus se cumpra em nós: eis o meu único desejo" 
 
                                                                                                                        Rosa Gattorno

sábado, 23 de agosto de 2014

Retiro do Movimento da Esperança - Natal/RN





Na manhã desse sábado os grupos do Movimento da Esperança do Rio Grande do Norte participaram do retiro anual na casa dos filhos de Sant'Ana. Com o tema: "O Espírito Santo na vida e missão de Madre Rosa" o retiro foi conduzido pelo querido Padre Ronaldo fsa, que nos ajudou a rezar e a meditar os textos bíblicos e os textos do livro O Dom de Deus à Madre Rosa. Terminamos esse dia maravilhoso com a celebração da missa.
O padre falou sobre o Dom de Deus na vida e obra de Madre Rosa. Ele nos mostrou a importância do sim de Maria para a história da salvação e que todo sim tem consequências, inclusive o nosso. Também lembrou que o sim de Madre Rosa, ao chamado de Deus, foi tão forte e verdadeiro que ainda hoje rende frutos, como por exemplo, o Movimento da Esperança..

sábado, 26 de julho de 2014

Festa de Sant'Ana e São Joaquim





Festa de Sant'Ana e São Joaquim 2014


Queridos irmãos e irmãs da família da Mãe Santíssima,
Enquanto agradeço a Deus pelo dom desta família, gostaria de pedir para mim e para todos nós que podemos juntos, embora na diversidade de seu estado, sendo a testemunha do mundo do amor misericordioso do pai aqui na terra e o louvor da glória da Santíssima Trindade no Reino eterno.
Os pais da Santíssima em expectativa confiante preparou a vinda do Messias, vai interceder por todos nós!
Feliz festa!!!
eu abraço-te com imenso carinho.Rita

quinta-feira, 8 de maio de 2014

FELIZ FESTA DE MADRE ROSA

"A CARIDADE NÃO DEVE TER RAZÕES, NEM LIMITES"  M. ROSA

 REGADA PELA TERNURA E BONDADE DO DEUS CRIADOR
OUSADA, CORAJOSA, DEDICADA, DE GRANDE AMOR
SÁBIA, SERENA, ATENTA! O SEU SER DESABROCHOU.
ALEGRE, CONFIANTE, PRÓPRIO DE UM CORAÇÃO QUE SE APAIXONA.

GUERREIRA NA FÉ, NO SERVIÇO E NA DOAÇÃO.
AMIGA DA VERDADE, DA JUSTIÇA, TRANSFORMADAS EM AÇÃO.
TEMENTE A DEUS, MULHER DE ORAÇÃO.
TEU CARISMA SE PERPETUA EM NÓS, TUAS FILHAS E FILHOS, DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO
ONDE O ESPÍRITO DE FAMÍLIA E A DOAÇÃO MATERNA, CONQUISTAM CORAÇÕES.
RICA E CHEIA DE ZELO PELO BEM AMADO, O QUAL QUIS CHAMÁ-LO DE PATRÃO
NENHUM MULHER DE SUA ÉPOCA, TEVE POR ELE, TAMANHA AFEIÇÃO
OBRIGADA MÃE, QUERIDA, POR TANTO AMOR E DEDICAÇÃO.

ACRÓSTICO ESCRITO POR IR. GRAÇA ANDRÍOLA, FSA
ABRAÇO FRATERNO A TODOS E FELIZ FESTA DE MADRE ROSA!
POR EQUIPE DO MDE - RECIFE - BRASIL;

GILBERTO

terça-feira, 15 de abril de 2014

Páscoa 2014 - mensagem de Dom Sérgio

PÁSCOA  2014                            1
ABRAÃO VIU O MEU DIA ... (Jo 8,56)
            O que viu Abraão, ou melhor, o que pode ter visto, suficiente para exultar e alegrar-se?
            Abraão experimenta e pode conhecer os “dias do homem”, os seus dias inconsistentes, já transcorridos:” Os anos de minha peregrinação foram breves e infelizes.”. (Gn 47, 9).
            Os homens constroem sua história com os dias que “brotam de manhã e à tarde já murcham” (Sl 90). Na verdade... “era noite e era manhã” (Gn 1, 5), isto marca a brevidade do dia do homem, uma sombra que passa...
            Ao invés, o “dia de Deus” é como “mil anos”: um tempo infinito, uma medida transbordante de vida: incontáveis os seus limites.
            Assim o salmo 118, iluminado pela liturgia pascal, exalta o dia de Deus: celebra uma misericórdia que não tem fim, que liberta da angústia, dos temores; que convida a refugiar-se em Deus, adorando sua vitória admirável sobre povos inteiros! Sobre os inimigos que avançavam em desespero! E finalmente provoca gritos de alegria, de espanto e admiração; cantos de alegria e ação de graças. Tudo feito por Deus no “seu dia”!
            Também “os dias da criação” são do Senhor, bem como a sua explosão de vida, porém os seis primeiros foram sujeitos ao desgaste do tempo. Na verdade, esgotados em “fadiga e trabalho” (Ex 20, 9-10). É a história do universo, dos homens que se encaminham na dor para o drama de sua perdição!
            Ao invés, o sétimo dia é o “dia do Senhor”. Para honrá-lo o homem não fará nenhum trabalho. Porque Deus, no sétimo dia “descansou depois de toda a obra que fizera”. (Gn 2, 2-3)
            Por conseguinte o sétimo é um dia particular, de posse exclusiva de Deus, por Ele abençoado! É o dia em que Deus repousa!
            Mas realmente Deus pode descansar, se “todos esperam de ti que a seu tempo lhes dês o alimento”? (Sl 104, 27). E como é possível que Deus cesse qualquer atividade “suas mãos a saciar as necessidades de todos os viventes” (Sl 145, 15), de modo a ser ainda “atento aos gritos dos filhos dos corvos”? (Sl 147, 9).
            Também o profeta protesta: “lembrar o Senhor que fez as promessas; não se cansar nem se dar repouso e nem a Ele dai repouso!” (Is 62, 6-7 e Sl 83, 2).   Com firmeza Jesus declarará aos judeus: “O meu Pai trabalha sempre! (Jo 5, 17).                                                                                                          
Por outro lado: “Do Senhor é a terra e tudo o que contém” (Sl 24) e ainda “que os céus continuem a narrar a glória de Deus” (Sl 19, 1), esta não cessa de “chamar as estrelas pelo nome" (Is 40, 26). Diferente o repouso!
                        Porém existe um “desgosto” de Deus: violar seu descanso... ignorando-o! Portanto aqueles que não conhecem os seus caminhos, não podem entrar (Sl 95). Os homens temeram aquele repouso no dia do juízo.  Então procuraram esconder-se da ira divina (Ap 6, 15-17).  Torna-se assim tão familiar, no “sétimo dia”, revelar-se o “sétimo sigilo”! (Ap 8, 1-5).     
                        A sua abertura provoca um silêncio prolongado. Cada criatura é envolta. Um altar, depois incenso e perfumes e orações dos santos. Em suma uma liturgia de louvor; uma adoração incessante sobe de toda a criação; cada atividade termina. Espera-se o manifestar-se de uma Presença: sim, temor, ânsia por aquilo que deve acontecer... é então o “repouso de Deus” a invadir o universo; toda criatura se prostra; tudo se dissolve diante dele, SÓ DEUS REINA!...
                        Maria, sentada aos pés de Jesus, abandonou todo trabalho: há agora somente uma Presença que se expande, que enche a alma: ela é grata por poder silenciar para aquele que a chama ao repouso.   Marta continua a mover-se, ignora!  (Lc 10, 38-42).
                        O espírito do homem não pode esgotar-se apenas nos dias de fadiga e de trabalho. O repouso de Deus, o “sábado”, exprime a vocação para entrar no tempo e no espaço de Deus, para cruzar o limiar da eternidade.
                        No Egito Deus preparou a libertação, criando um espaço, um tempo... três dias de festa no deserto! (Ex 5, 1-5). O deserto floresce, a vida começa a espalhar-se!  
                        Por isso Deus quer que você construa sua morada no meio do povo, sob o modelo da habitação... contemplado no céu! (Ex 25, 8-9. 40). O céu, o infinito, irrompe sobre a terra, como postos avançados divinos, queridos e preciosos!
                        Assim Deus realiza toda a sua obra.
                        Eis que o dia de sábado recebeu o “autor da vida” (At 3, 15): Jesus é colocado no sepulcro! É sábado, repousa... Sobre seu corpo os sinais visíveis do ódio.  Sobre Ele “cavalgaram” os ferozes cavaleiros do Apocalipse, história dramática de nossa miséria: guerra, fome, morte e depois soberba cruel, inimaginável sofrimento dos justos, dos santos... (Ap 6).
                        A “Vida” se acende no abismo da “morte”... mas a Vida ainda trabalha... O sábado é agora preenchido com a plenitude divina.  Espera-se uma nova criação! No universo cada criatura treme. O “dia do Senhor” transborda de esperança: de novo “os teus mortos tornarão a viver e teus cadáveres ressurgirão, os que dormem no pó vão acordar e a terra das sombras dará à luz”. (Is 26, 19). O sábado termina.
                                                                                 
                        É GERADO O DIA DO RESSUSCITADO!                                                                                                Então aqui está Abraão; o que pode ter visto ou ouvido, para fazê-lo exultar de modo extraordinário? Na sua vida que estava no fim, estéril e solitária, o que aconteceu para deixá-lo sair de sua própria terra, sem saber por onde deveria andar, mesmo esperando “uma cidade construída por Deus”? (Hb 11, 8-10).
                        Desse modo Deus rompeu o silêncio, começava a manifestar-se: a Palavra eficaz convidava a decidir entrar no... repouso: “Vai para a terra que te mostrarei!” (Gn 12, 1) 
                        Abraão não reconheceu como sua a Palavra, no entanto parecia vir de um íntimo conhecido dele; e tantos dias e anos se passaram, não mais sentira a sua presença, onde se escondera? A vida, até então, não era para ter passado como Abraão pensava ou queria. Estava só, cansado, sem futuro.
                        De repente, o comando que não admite atraso, então o acolhimento generoso, livre; o impulso determinado que deixa Abraão maravilhado: “quem está dizendo com tanta autoridade para eu sair daqui, serei eu o teu futuro?” E Abraão se movimenta, causando espanto, dúvidas, preocupações: “Para onde vamos, se você já não precisa enfrentar caminhos conhecidos e batidos? Em qual desconhecido você quer nos forçar a viver? A partida repentina deve ter provocado angústia, sobretudo em Sara...
                        A Palavra começa a envolver o mundo do “eleito”; Abraão decidiu, de modo que o memorial que leva em si mesmo, intimamente o sustenta e o guia.
                        Abraão compreende que não tem medo: existe uma certeza, que a descendência prometida é garantida por alguém que tem o futuro de cada homem. Até mesmo uma viagem para o desconhecido lhe dá paz! O suficiente para surpreender a todos, quando saiu para seu jovem sobrinho Lot a escolha das pastagens, precisamente porque não há nenhuma disputa entre eles. (Gn 13, 8-9).
                        Esse homem velho, uma vez decepcionado, se ilumina de mansidão.
                        Mas que loucura entregar-se nas mãos de um jovem! A escolha de Lot se revelará imprudente, causará sofrimento e medo... Porém mais uma vez, o homem de paz sairá vitorioso sobre a injustiça e a violência (Gn 14, 13-16). A Palavra, também curará Abraão da ganância e da fome de posse: tem em si a segurança abundante e melhor. Agora nada vai tirar o que não é seu. (Gn 14, 22-24).
            Depois... momentos de escuridão! A descendência que aguarda lhe virá provavelmente de seu fiel servidor Eliezer? A Palavra tranqüiliza-o: “Não, virá de um nascido de ti”; em seguida:” Avista o céu, podes contar as estrelas?” (Gn 15, 1-5).                                                                                                                                     
                        Mais ainda, o dono da Aliança, não foi pensado nem desejado, no entanto está ali: a Palavra é empenhada em juramento! A fazer feliz um velho nômade...                                                E a Palavra que havia feito de Abraão um homem moderado, agora o treina com a peregrinação de um forasteiro no sentido de um indecifrável desconhecido, para se tornar um homem paciente. Na verdade o cansaço da espera provoca dúvidas: será possível um corpo tão frágil, ainda esperar?
                        Anos se passaram. Com o passar do tempo Sara torna-se ansiosa, pois não dava filhos à Abraão e lhe sugere: “Una-se a minha escrava para ver se ela me dá filhos”. E Abraão se entrega aos desejos da mulher! (Gn 16, 1-6). Mas o ciúme, o espírito de rivalidade irá surgir entre as duas mulheres, escrava e senhora. É difícil conservar a paz quando as paixões são desencadeadas por decisões precipitadas, imprudentes.
                        Abraão parece resignar-se com o fato de que Ismael possa se tornar o instrumento escolhido por Deus para aquela misteriosa descendência.
                        Porém a Palavra o incomoda: “Sara, tua mulher, dará a luz um filho!” (Gn 17, 15-19). Um brilho ilumina a noite: de um peito morto pode surgir a vida?  A Palavra, portanto, “dá vida aos mortos?” (Rm 4, 17).
                        Realmente realiza o que havia prometido!
                        Abraão sente uma grande alegria: “Sara lhe dará um filho!” Exulta como o jovem que acolhe a esposa em sua casa... Toda a sua vida lhe é restituída: não é mais sonho ou desejo da juventude, mas a emoção da paternidade... Aquele peito de repente floresceu! Para o sorriso de Deus...  Quantas incertezas, dúvidas e humilhações naqueles 25 anos transcorridos! Quanta resistência, sobretudo de Sara, em andar pela estrada muitas vezes desconhecida... Em suma, todos os tipos de perigo que colocam à dura prova a fé de Abraão (2 Cor 11). Nunca poderia imaginar o que hoje experimenta, um impossível: o seio de Sara , morto, é restituído à vida! Se esta revelação lhe fosse anunciada no tempo da partida, provavelmente não haveria saído. Agora fraco, a confiança na Palavra. Em que profundezas da alma, teria de encontrar a luz para acreditar desde então, em tal milagre? Agora tudo é luminoso, novo... sim, a Palavra pode fazer tudo isso!
                        Abraão se rende sobrecarregado pelo espanto e pelo imenso poder efetivo da Palavra, que abraça o infinito e “chama à existência coisas que não existem”. A Palavra, agora, não pode “esconder o ato de Deus: Abraão se tornará uma grande nação” (Gn 18, 17-33). E não somente: Abraão é acolhido na intimidade de Deus; torna-se um... amigo! Conversa com Deus em uma confiança sem limites! Sem temor: chega a conseguir a salvação para seu sobrinho Lot (Gn 19, 29); e até sugere o perdão para Sodoma!

                        Abraão e Sara desfrutam da presença divina: Isaac é o presente inesperado, inimaginável!... Porém sabemos pouco sobre esta família querida e abençoada por Deus. Certamente Abraão continuou a ser um homem de paz: concluiu uma aliança com Abimelec; homem de fé; invoca o nome do Deus da eternidade; continua a sua peregrinação no país dos Filisteus... “por muito tempo” (Gn 21, 27-34).
                        Muitos anos transcorridos, não podemos saber de outro caminho espiritual de Abraão, de Sara, mesmo de Isaac. Nem podemos avaliar o grau de unidade alcançado com Deus; mesmo o simples crescer nas virtudes. Também não temos conhecimento da intensidade da sua oração! Porque os “autores sacros” dificilmente satisfazem certa curiosidade...
                        No entanto podemos assistir a súbita e incompreensível solicitação de Deus!   Que sentido pode ter semelhante sacrifício? (Gn22). Nós não entendemos... O que sabe Abraão sobre aquele pedido? Ele não lamentou nem protestou; nem mesmo uma pequena resistência... nada. Um ato de obediência pronto, sereno... sublime! Uma admirável intimidade entre Abraão e seu filho. Juntos, sobem ao monte indicado por Deus. Isaac parece participar consciente do evento de onde sabe retornar!
 DE FATO, DEUS PROVIDENCIARÁ. É a Palavra que Abraão já conhece, que sempre o sustentou, o iluminou; que agora dá ao filho. É a Palavra que penetrou-o com o coração de Deus e no coração de Deus. Abraão viveu e viu os dias do Ressuscitado, seus inumeráveis “impossíveis” e bem como “esperar contra toda esperança”, que lhe anunciavam uma nova criação.
BOA PÁSCOA!!
Com paternal afeto     
    Don Sérgio