"Também vós leigos podeis viver a espiritualidade das Filhas de Sant'Ana; ser os cem braços e chegar lá onde as Filhas não podem chegar" Intuição de Rita de Maggio - 09 de dezembro de 1981


quinta-feira, 29 de março de 2012

Mensagem do Papa para a Quaresma 2012


CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 07 de fevereiro de 2012 - Apresentamos na íntegra a mensagem do Santo Padre Bento XVI para a Quaresma de 2012.
«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras»
(Heb 10, 24)


Irmãos e irmãs!
A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da » (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre atual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.

1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objeto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o fato de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo atual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
O fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais retamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.

2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O fato de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a atual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a ação do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).

3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efetivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre atual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano, 3 de Novembro de 2011

sábado, 24 de março de 2012

Missa 60 anos do Maristella





No dia 23 de março foi realizada uma missa para celebrar os 60 anos do Centro Educacional Maristella e contou com um grande número de irmãs, irmãos,  alunos, ex-alunos, professores, funcionários, ex-funcionários, pais e amigos da escola.

domingo, 11 de março de 2012

Encontro de responsáveis - Recife/PE





ENCONTRO DE RESPONSÁVEIS DE GRUPOS DO
MOVIMENTO DA ESPERANÇA – RECIFE – PE

”quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo” MT. 20,27

NO DIA 12 DE FEVEREIRO DE 2012, A EQUIPE E OS RESPONSÁVEIS DE GRUPOS DE RECIFE, PAULISTA, CRUZ DE REBOUÇAS E CARPINA SE REUNIRAM PARA VIVENCIAR MAIS UM ENCONTRO DE RESPONSÁVEIS DE GRUPOS DO MDE.
INICIAMOS COM A ORAÇÃO QUE NOS CONVIDAVA A UMA MAIOR INTIMIDADE COM DEUS, ONDE PRIMEIRO PEDIMOS AO ESPÍRITO SANTO QUE DIRIGISSE NOSSA ORAÇÃO E ABRISSE NOSSO OUVIDOS PARA BEM ESCUTARMOS SUA VOZ NAS LEITURAS DE SUAS PALAVRAS E DEPOIS PODERMOS ASSIM PARTILHAR O QUE O SENHOR QUERIA DIZER PARA O ENRIQUECIMENTO E TRANSFORMAÇÃO DAS CONSCIÊNCIAS DE TODOS.
LOGO APÓS GILBERTO ORIENTOU UM APROFUNDAMENTO SOBRE AS PROPOSTAS DE VIDA ESPIRITUAL QUE O MOVIMENTO DA ESPERANÇA NOS PEDE PARA VIVENCIARMOS NA IGREJA E NO MUNDO. OS MEMBROS  DO MOVIMENTO dóciL ao Espírito Santo responde ao Chamado gratuito do Pai e se apresenta ao mundo como sinal de ESPERA E DOM. ENQUANTO ESPERAM A SEGUNDA VINDA DO SENHOR JESUS EM SUA GLÓRIA, OS MEMBROS DO MOVIMENTO DOAM SUAS VIDAS AO SERVIÇO GRATUITO DO REINO DE DEUS, SEGUINDO CRISTO POBRE E SERVO DE TODOS.
LOGO APÓS AS REFLEXÕES TIVEMOS UM ALMOÇO COM A PRESENÇA DAS IRMÃS DA COMUNIDADE DO COLEGIO ROSA GATTORNO, ONDE TODOS COLOCARAM SEUS DONS CULINÁRIOS A SERVIÇO DE TODOS.
DEPOIS TIVEMOS UM MOMENTO MARIAL MUITO SIGNIFICATIVO ONDE FOMOS CHAMADOS A REFLETIR SOBRE A SANTIDADE, A OBEDIÊNCIA E A CONFIANÇA DE MARIA EM DEUS, SEU SALVADOR.
DEPOIS A EQUIPE REFLETIU SOBRE A CARTA CIRCULAR E A PROGRAMAÇÃO QUE OS GRUPOS DEVERIAM VIVENCIAR COMO CAMINHO ESPIRITUAL E CRISTÃO NESTE ANO. TODOS FICARAM ENTUSIASMADOS COMO A MISSÃO DE FAZER “A EXPERIÊNCIA DE SERMOS IRMÃOS EM CRISTO JESUS”. MAS PARA ISSO CONTAMOS COM UMA ARMA, UM ESCUDO PODEROSO QUE A É A ORAÇÃO, UM GRANDIOSO TESOURO COMO DIZIA MADRE ROSA, POIS ELA ABRE AS PORTAS DOS CÉUS.
FINALIZAMOS COM UMA ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO E LOUVOR A DEUS PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO POR NOS TER PRESENTIADO COM MAIS UMA EXPERIÊNCIA DO SAGRADO EM NOSSAS VIDAS. E SAIMOS  CONVICTOS QUE A ORAÇÃO CULTIVADA CONSTANTEMENTE NOS FARÁ PRODUZIR BONS FRUTOS PARA O REINO DE DEUS.

FRATERNALMENTE,

P/ EQUIPE – RECIFE – PE:

GILBERTO

Visita da Equipe Provincial aos grupos do RN




Os grupos do Rio Grande do Norte receberam a visita dos irmãos Gilberto e Aline, integrantes da Equipe Provincial do Movimento da Esperança. Na ocasião foi apresentada a programação anual, onde se destacam as datas marcantes da Igreja e da Família de Sant'Ana, o nosso Encontro Territorial ocorrerá nos dias 12, 13 e 14 de outubro.
No momento formativo, Gilberto nos orientou sobre o nosso carisma, espiritualidade e missão.
CARISMA: Identificação com Cristo no mistério da sua pobreza.
ESPIRITUALIDADE: Pobreza de coração, espírito de família e doação materna e paterna.
MISSÃO: A partir da própria família - Família primeira terra de missão.

sábado, 10 de março de 2012

Espiritualidade do Movimento da Esperança




Com o tema "Maria, mulher da escuta e da oração", os grupos do Rio Grande do Norte participaram de uma manhã de espiritualidade ministrada pelo Filho de Sant'Ana Irmão Ronaldo, o encontro contou com a participação dos grupos do Maristella, São José de Mipibu, Dix Sept Rosado, Hospital Luis Antônio e os grupos de Extremoz.

quinta-feira, 8 de março de 2012



PÁSCOA 2012


“Dou graças Àquele que me deu a força” (1 Tm 1,12)

          “CANTAREI PARA SEMPRE AS GRAÇAS DO SENHOR” (Sl 88, 2)



            Meus caríssimos irmãos e irmãs,
                                                                  Mais uma vez chegamos, com a graça do Senhor, na Quaresma, tempo propício, que a cada ano a Madre Igreja nos propõe, para ajudar-nos a reentrar em nós mesmos e verificar o nosso caminho; poder conhecê-Lo e experimentar também em nossa vida a potência de sua ressurreição, como bem nos ajuda a refletir D.Sérgio em sua abundante catequese.
            Esperei por este momento para agradecer a todos vocês também pela minha viagem ao Brasil, terminada quase na vigília da celebração do nosso 30 º ano.
            Tempo abençoado pelo Senhor! Sim, foram dias e horas marcados pela presença Dele, que sabe como programar perfeitamente aquilo que você planeja, como ninguém pode fazer. Certamente as experiências que você viveu... Contar é sempre difícil, mas tentarei sintetizar.
            Primeiramente eu me sinto obrigada a render graças Àquele que me deu a força, porque eu senti toda a minha fraqueza para enfrentar a viagem... Mas, como sempre, a Palavra do Senhor era lâmpada para meus pés e luz sobre o meu caminho. Por isso posso cantar para sempre as graças do Senhor, junto com todos vocês por esta experiência.
            Guardo em meu coração toda a gratidão pelas caríssimas Provinciais S.A.Teresa. S.A.Rita, S.A.Aparecida, junto com todas as Superioras, as Irmãs, pela acolhida, pela disponibilidade, pela participação, a partilha, a alegria de estarmos juntos, tudo acompanhando por uma compreensão profunda que o Senhor nos deu...
Obrigada por TUDO!!!
A minha oração e benção ao Pai pelos irmãos e irmãs do Movimento, pelas Equipes Territoriais com as quais vivemos momentos intensos; por toda a Família carismática, que eu tive a oportunidade de rever; pela visita a alguns grupos do Movimento, como também nos Encontros Territoriais que a Divina Providência havia planejado. Juntos experimentamos e vivenciamos como o Senhor guia, dirige, aprova, programa...  Foi este o caminho do “resto fiel”, de Sant’Ana, de Maria, de Madre Rosa, mas, sobretudo, o caminho do SERVO DE JAVÉ.
João Paulo II dizia que não existe “simples coincidência”, mas sim o desejo da Providência Divina.
Eu parti de Roma no dia da vigília do nascimento de Madre Rosa, diretamente para a Província “Rosa Gattorno” (não me recordava do fato de chamar-se assim, percebi apenas pouco antes da partida.).
Cheguei à Casa Provincial, em Recife a tempo de participar da adoração, da bênção e da Missa. Grande presente de Deus, para o início da missão!
No primeiro dia ocorreu a celebração do nascimento de Madre Rosa. Eu deixei sob seu guia e a sua intercessão o caminho que havia apenas iniciado, para que se cumprisse segundo a vontade de Deus.

No dia seguinte, junto com a caríssima Irmã Rosângela, fomos à casa de Mércia, esposa do nosso caríssimo irmão Antônio de Pádua; como era sábado estava livre do trabalho e ficamos com ela e seus dois filhos Péricles e Felipe. Isto foi possível porque o encontro da Equipe, programado para dois dias, foi adiado somente para o domingo por uma dificuldade enfrentada por Gilberto. Nós interpretamos isso como uma vontade de Antônio que “ciosamente”... desejava que o encontro da Equipe começasse em sua casa...
Foi um dia de grandes emoções e de render graças ao Pai por quanto realizou na vida deste irmão e desta caríssima família, não só em nosso favor e da Família carismática, mas também por toda a Igreja. Tempo marcado pela escuta e diálogo, recordações, nostalgia, ação de graças...
Na Província de “Rosa Gattorno” e no dia seguinte do seu aniversário de nascimento saboreamos a santidade deste seu filho, amante e fiel desta santa Madre. A sensação que percebíamos era de estar em um “santuário”... O encontro foi coroado pela entrega por parte de Mércia de um CD com um “impresso”: “TESTEMUNHO – Antônio de Pádua”: narra os seus últimos escritos, onde fala que não é seu, mas confiou a sua amada esposa para torná-los conhecidos. Estamos traduzindo. Mas se quiserem ver, já está no blog do “Movimento da Esperança”.
O encontro da Equipe aconteceu em um clima de verdadeira fraternidade e empenho de continuar o caminho. Tocante foi a experiência de Felipe que, na véspera de sua ordenação diaconal, tanto desejada e esperada, sua esposa Selma, foi diagnosticada com um tumor na cabeça. Imediatamente submetida a uma operação, já não é completamente independente. Requer cuidados constantes. Felipe expôs sua difícil situação ao Bispo, que lhe disse que a assistência contínua à sua esposa já era o seu... diaconato!
Em cada grupo visitado, eu pude ver a passagem de Deus...
Ainda cheios da nostalgia de Antônio, teve início o 20º Encontro Territorial. A catequese de Padre Paulo Sérgio, a presença da Provincial Teresa, de Irmã Rosângela, de algumas irmãs FSA e dos irmãos Gilson e Alfredo, de Jaime, membro da Equipe, ele que cuida do blog, de tantos irmãos e irmãs do Movimento, pessoas de vários lugares, vivemos dias alegres, contemplando as passagens de Deus através das várias experiências...
Muito especial foi o encontro com o que restou do grupo de Curado, que ocorreu em um “velório” (sala mortuária); seguramente uma experiência única na história... dada a proximidade do cemitério onde se encontra o corpo de Antônio de Pádua, onde fomos com Irmã Rosângela e Felipe. Plena confirmação da Palavra daquele dia, durante o evento vivido. De manhã, como sempre, eu era “curiosa” pela Palavra daquele dia. De fato. A primeira leitura do Ofício dizia: “As almas dos justos estão nas mãos de Deus... sua esperança cheia de imortalidade... Deus os provou e os julgou dignos de si... O Senhor reinará sempre sobre eles... aqueles que são fiéis viverão com ele no amor”. E a segunda leitura dos Padres: “A semente que coisa é?... Quando cai no chão seco e nu, apodrece. Então Deus, grande e providente, a faz ressurgir da decadência e de uma só semente derivam muitas e as leva à frutificação”. E não foi só, mas também o Evangelho daquele dia falava do grão de mostarda...
O Senhor me fez ver que a vida está lá e quer expandir-se. 
Com grande alegria no coração viajei para a segunda etapa: Fortaleza, onde, não obstante já ser um pouco tarde, vieram esperar-me com muito afeto a Provincial Irmã Rita Vasconcelos, a Superiora Irmã Rita de Cássia, Padre Fábio, a Equipe. Senti tanta ternura ao abraçar a “alegre” Socorro, que já alguns anos luta com o Alzheimer e... forte tem sido a experiência de Francismar, muito provado, porém sereno e consciente que deve aceitar e amar a sua esposa nesta sua nova situação.
Senti imediatamente a “pobreza” e a “precariedade” deste local. Mas, em seguida, através dos encontros com a Equipe, muito sofrida, sem visitar os grupos, eu tenho que ver como a “semente” dará frutos abundantes em seu tempo! Eu também senti isso na cidade de Sobral, graças ao convite providencial que recebi da caríssima Provincial Irmã Rita, para participar do encontro da Equipe da Pastoral Juvenil, na Serra da Meruoca. Encontrei Marcel, de Sobral, o grupo da Serra, assim como alguns representantes dos grupos de Massapé, Floresta, Sororoca e Sant’Ana do Acaraú, ainda que só rapidamente... combinando no domingo para o encontro dos jovens daquela diocese. Ajudou-me muito por ver que a vida é e deve ser protegida e, dada as dificuldades da Equipe de Fortaleza, por ora a Equipe de Belém, que faz parte da mesma Província Norte, está disponível para prestar-lhes assistência.
O encontro foi tocante e significativo, na maior simplicidade, em casa, o “pequeno resto” dando testemunhos muito tocantes. Como sabem usar bem e viver a Liturgia das Horas!
A semana em Fortaleza foi concluída com o Encontro na Casa Provincial, onde cada um, a partir da Equipe, olhando sua própria experiência, manifestou o desejo de continuar o caminho com maior energia. Através do trabalho dos grupos notou-se um desejo de um maior empenho em viver a própria atribuição e o impulso de anunciar.
Breve, porém intenso foi o encontro com Irmã Frassinetti, Irmã Paulina e o grupo da Barra do Ceará.
Uma bela coincidência a Celebração Eucarística com Padre Valdo, na véspera e no dia de minha partida.
Sentia que, como família, não poderia faltar um encontro com a comunidade dos Irmãos, com os quais partilhamos o jantar e a experiência com o Instituto Secular em casa de Leatrice.
Muito significativa e cheio de afeto e alegria no Senhor foi a partilha com a comunidade da Casa Provincial.
Também nesta cidade tão querida, eu estava pronta, com alegria no coração e a certeza dos interventos do Bom Pastor para partir para Belém...
Com grande sacrifício da parte da Equipe, Ana Lúcia, Francisca, Fátima, Maria Emilia me esperavam no aeroporto, visto que cheguei meia-noite; foi iniciada assim a terceira etapa de minha viagem. Acolhida com grande afeto e hospedada, desta vez, na casa da caríssima Maria Emilia, com quem tive a oportunidade de rezar e partilhar todas as manhãs, as Laudes, o Ofício das Leituras e a Celebração Eucarística.
Vivemos momentos fortes de oração, de verificação do caminho, de programação, de fraternidade com toda a Equipe, porém não faltou a partilha com os Responsáveis e as Irmãs FSA. Sendo pequena e circunscrita a realidade em Belém, eu pude ver todos os grupos. Coroando tudo o retiro que deveriam fazer no mês de agosto, por dificuldades em contar com sacerdotes e também com alguns membros, foi adiado, sem saberem que tudo era providencial e que deveríamos fazer juntos a experiência. O tema desenvolvido pelo Padre Jaime Sidônio estava perfeitamente em sintonia com tudo o que fizemos no livro “O Dom de Deus a Madre Rosa”. Nós não havíamos combinado!
Como não recordar o encontro na casa de nossa irmã Rosa do Carmo, cega e que na sua simplicidade acolhia um grupo na sua casa. No encontro eu testemunhei que escutando a oração dos Salmos, conseguia segui-los e os repetia de cor, eles eram o seu sustento durante o dia. Agradeço ao Senhor que me deu a possibilidade de revê-la antes de seu retorno à casa do Pai. Sim, porque nesse mês de janeiro ela deixou esta terra e agora, seguramente, goza as delícias do céu.
Com grande alegria por tudo o que vivi, parti para a última etapa: Rio de Janeiro.
Também lá, acolhida calorosamente pela Provincial Irmã Aparecida, que chegou de Manaus dez minutos antes de mim, pelas caríssimas Irmãs Terezinha, Rita Leide e Ana Paula. Também nesta cidade houve comunhão e partilha muito forte, seja com a Provincial Aparecida ou com as outras Irmãs, como também com a Equipe e o Movimento. A Divina Providência permitiu que eu participasse do Encontro Territorial, que foi um verdadeiro presente de Deus, pois pude presenciar a realidade e constatar que o Senhor da vida está presente e que a “semente” continua a germinar!
O trabalho durante o encontro foi intenso, alegre, com a escuta e a participação de todos. Também aqui os testemunhos foram muito fortes; vivemos nesse Encontro Territorial um momento de grande emoção ao recordar a caríssima Lourdes, membro da Equipe por tantos anos e bem identificada com o Movimento, que morreu no mês de maio, vítima de um acidente. Estavam presentes todos os grupos, exceto o de Casemiro... eu teria que achar uma maneira de encontrá-lo no dia seguinte. Tenho visto aqui a semente sempre presente...
A última grande “coincidência”: dia 20 de novembro haveria uma peregrinação à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Viagem programada pela Paróquia de São Miguel desde o mês de julho, coisa bem em sintonia com a minha viagem, mas sem nenhum acordo prévio. Domingo de Cristo Rei, final do Ano Litúrgico, conclusão também de minha viagem, pois no dia 21, dia da apresentação de Maria ao Templo, regressava para a Itália.
A Divina Providência permitiu que participássemos da Celebração Eucarística às oito horas da manhã e...  outra surpresa: Missa solene, presidida pelo Bispo daquela diocese e concelebrada por vários sacerdotes... eu entendi esse evento como vontade do Pai e grande presente de Maria Aparecida.
Aos seus cuidados maternos eu confiei toda a Família e as “sementes” dispersas nas várias partes desta querida terra do Brasil.


“As sementes caídas por terra seca e nua, apodrecem. Depois Deus grande e providente as faz RESSURGIR... e uma só semente atrai muitos”!

BOM CAMINHO QUARESMAL!


              E UMA SANTA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO!



Eu lhes asseguro as minhas orações, enquanto vos abraço com grande afeto.

                                                                                             Rita

segunda-feira, 5 de março de 2012

Carta quaresmal de Dom Sérgio e Rita


MOVIMENTO DA ESPERANÇA
Páscoa 2012

“... PARA QUE EU POSSA CONHECER CRISTO, O PODER DE SUA RESSURREIÇÃO”  (Fl 3,10)


            Certamente este desejo de Paulo encontra sua origem na experiência dramática de Damasco (At 9; 22 e 26); ali pela primeira vez Paulo “conheceu” o Ressuscitado; antes, “foi por Ele conhecido” (Gl 4,9). De repente: desorientação... confusão... A súbita luz o cega, transpassa-o a voz...

           Cai no chão

           Nesse instante experimenta um tormento por ter vivido um terrível engano!
           Aquele brilho o jogou no escuro. E sem força. Era falso, desde então, o seu zelo por Deus? “Mas um zelo pouco conhecido” (Rm 10,2)
          O Crucificado está longe do escândalo para Israel; nem os seus seguidores são culpados de heresia!
         Da escuridão de sua alma, aflora repugnância pelo seu passado; por aquele estremecer obsessivo, as ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, provocando seus sofrimentos com um fanatismo cruel. Mais tarde deverá confessar que perseguia com violência a nova doutrina e, furioso, havia devastado a Igreja de Deus! (Gl 1,13).

          Em Damasco, agora, deitado no chão!

         Perturbada a mente, o coração...
         Três dias de angústia, de jejum. A oração sai... de onde? De uma profundeza inexplorada. Somente um gemido, que não lhe dá paz: “Eu persegui Deus, o meu Deus! Eu semeei o terror... Como implorar misericórdia? Como sair do meu inferno, fruto da minha cegueira? É possível consertar este mar de tristeza? Ainda poderei ter sentido na vida?”
         Paulo sente desolação dentro e em torno dele... Parece-lhe familiar o grito agudo de Caim: “Muito grande a minha culpa para obter perdão!” (Gn 4,13).

        “Adão” – cada homem! – é perdido; caminha pelas trilhas da ilusão, da amargura. Não é mais disponível para ouvir... Agora se esconde de Deus; o impacto dramático da sua presença lhe revela a sua própria nudez, o seu medo (Gn 3, 8.10). A vontade de Deus que, de repente o atinge, causa um protesto doloroso: “ Quem é este homem para fazeres tanto caso dele,  o escutares a cada manhã e a cada instante o colocas à prova? Porque não perdoas  o meu pecado e não afastas a minha iniqüidade? Logo eu me deitarei no pó e não existirei mais” (Jó 7, 17-21).
        Uma vontade que não deixa escapar; parece olhar para ele... para matá-lo! Se revolta, resiste...
       
        Adão resiste

        Mas pode ser boa aquela vontade que faz Abraão querer matar o próprio filho?   (... no entanto, como é grande a descendência dessa criança!) (Gn 22).
       Ou aniquilar Isaias com uma visão no Templo, súbita e brilhante? (... mas não podemos deixar de anunciar a santidade e... havendo tanta nostalgia! De beleza (Is 6)
       Impedir Jeremias da alegria de formar uma família e mandá-lo pregar para as pessoas que não o escutarão? (... mas será a única maneira de salvar a vida de Jeremias! (Jr 16,2 e 40, 1-5).
      A vontade de Deus vai “perturbar” a vida de um velho pastor solitário, agora mais habituado ao silêncio, incapaz mesmo de falar: Moisés. Ele deverá libertar um povo inteiro da opressão do Faraó! Também o velho e futuro líder.... resiste!  (Ex 3, 6-11).
     Que seria de Moisés, de Israel... de Paulo, se Deus não passasse em suas vidas? Se não houvesse gritado: “onde está você?” (Gn 3,9). Deixar-te olhar! Deixar-te amar!...

      O Crucificado que Paulo perseguia está vivo! Agora Ele o manda ficar de pé, entrar na cidade: lá lhe será dito o que deve fazer. Um novo caminho... Paulo torna-se “servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação, escolhido para anunciar o evangelho” (Rm 1,1).

       “Um abismo é o homem e seu coração é um abismo” (Sl 64,7). Também o coração de Paulo, um abismo: não podemos sondar os sentimentos mais íntimos; mas ao menos tentar imaginar o trauma psicológico que o atingiu, imediatamente. Por toda a sua vida, como um fiel zeloso, procurou a glória de seu Deus; o Senhor do Sinai; o “três vezes Santo” revelado por Isaias. Absurdo querer descobrir o “rosto” do “Senhor dos exércitos”, como queria Moisés (Ex 33, 18-20); não é possível fazer um “ídolo ou qualquer imagem”.
       Agora a face de um condenado à morte, “não um homem, mas verme; infâmia dos homens e desprezo do povo” (Sl 22,7), é adorado como um Deus!... Escândalo para um doutor da Lei como Paulo; blasfêmia terrível!
      Aquele tormento para um homem assim determinado; um crente sincero... Angústia, ânsia... Mais que “acender-se a ira ou jogar as tábuas da Lei e quebrá-las” como havia feito Moisés pelo pecado do bezerro de ouro (Ex 32, 19). Paulo “ruge ameaças de morte e quer levar presos para a cadeia” os seguidores desta perversa doutrina!
       Em seguida o relâmpago, a voz: “Eu sou Jesus a quem tu persegues!”

       E Damasco torna-se a páscoa de Paulo...

       “Um abismo chama outro abismo” (Sl 42,8): o rosto desprezível e vergonhoso de um condenado, inchado e desfigurado, diante de quem os homens escondem o horror, agora brilhante, vivo, com “olhos flamejantes como fogo, onipotente! A voz como o fragor de muitas águas!” (Ap 1, 14-15).
       Certamente os doze apóstolos continuam sendo as testemunhas privilegiadas de toda a obra de Jesus: vida, ensinamentos, morte, ressurreição... Paulo a vista deles, é como “um aborto”. O menor dos apóstolos, não é digno de ser assim chamado. (1 Cor 15,3-11). Mas não pode negar que em Damasco, também ele viu Jesus (1 Cor 9,1).
Não só – e é uma emoção! – ele tem o “pensamento” (1 Cor 2, 16). 
      E a “graça” do Ressuscitado não será em vão! Paulo “acima de tudo, achará difícil”; por gratidão, por excesso de reconhecimento por se ver alcançado pela misericórdia do Ressuscitado. Paulo, em uma época violenta, foi blasfemador, perseguidor. É quando confessa aos discípulos (1 Tm 1, 12-17): “agia sem saber, longe da fé, mas Jesus quis demonstrar toda a sua generosidade primeiramente a mim, como exemplo para os que depois iriam acreditar nele.”
      O’ profundidade da sabedoria de Deus! Quantos são impenetráveis os seus juízos!”(Rm 11,33). Misterioso o caminho da “graça”; realmente a Paulo será dada “uma medida recalcada, sacudida e transbordante será paga na alma” (Lc 6, 38). Jesus viverá nele (Gl 2, 20) e... “graça sobre graça” (Jo 1, 16) o guiará.
        “Onde o pecado abundou (no corpo do servo sofredor de Deus...), superabundou a graça (no corpo glorificado do Filho Unigênito de Deus!”) (Rm 5, 20).
        Paulo é fascinado – e... conquistado – pelo evento-páscoa: ele o viveu em sua carne. Mesmo recalcitrando, teve que aceitar que também por ele – ímpio! – Cristo desejou morrer no “tempo estabelecido” (Rm 5, 6-11) e ressuscitando, desejou encontrá-lo, oferecendo-lhe o perdão e propondo-lhe... a missão!
        Agora a história da humanidade tem que lidar com a realidade deste Ressuscitado! Mantendo-se misteriosamente inserido no nosso dia-a-dia, Jesus introduziu no mundo, espaços de vida acima e além do quanto podemos pensar e querer. Este Jesus não morre mais! Fez a morte inofensiva; com ele parece ter perdido a cor da tragédia.
        Proclama decididamente: “Eu sou a ressurreição!” (Jo 11, 25) e lança no coração do mundo o evento de sua páscoa, sinal de contradição.
        A sabedoria humana não sabe e não pode lidar com este acontecimento que põe em crise: Deus realmente pode recompensar com a ressurreição, o homem Jesus que decide que quer expiar o mal do mundo, aceitando morrer pelos pecadores com uma morte absurda? Não é só loucura? E não pode parecer um absurdo que um dos seus discípulos confessou de ter subido a um terceiro céu, seqüestrado pelo mestre morto que estava vivo naquele paraíso e ouviu palavras inefáveis? (2 Cor 12, 1-6).
       
        De fato, Paulo penetra no mistério de um conhecimento mais que sublime: compreende que é “a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo...” (Ef 3, 14-19).
        O mundo, com a sua sabedoria, desprezou o conhecimento de Deus (Rm 1, 28). Pensa agora, por ignorância e vaidade, ter matado o “autor da vida” (At 3,15). Mergulhado nas trevas do desespero o mundo dos homens se torna um escravo da morte; neste inferno, apenas a compaixão de Cristo pode entrar, iluminando com a sua ressurreição a história da humanidade.
        Guiado pelo Espírito que perscruta as profundezas de Deus (2 Cor 2, 10), Paulo agora entende que onde há trevas, dores, morte, lhe será melhor: certamente se fará presente a misericórdia de Deus. É ali, nas profundezas da tragédia humana, que deve esperar a erupção da vida: a “páscoa”. Ele deve esperar... Para a páscoa!

        De fato, Deus sempre afirmará a sua palavra eterna: “tenho planos de paz, não de desventuras” (Jr 29, 10-12); “não tenho nenhum prazer na morte de alguém” (Ez 18, 32); “eu vi a miséria do homem; ouvi o seu grito; conheço o seu sofrimento. Estou sempre perto dele para libertá-lo e fazê-lo sair...” (Ex 3, 7-12). Portanto: “cada lágrima será enxugada e será rasgado cada véu desonrado que envolve de tristeza o rosto das pessoas...”

     “... agora é eliminada a morte!” (Is 25)

        De tal evento de vida, a páscoa de Jesus, os apóstolos são, finalmente, alegres servidores. Deverão levá-la até os confins da terra. Para essa tarefa gozam de um lugar privilegiado: o último!
       Contemplam o mistério de Deus, a sua vontade de revelar-se... escondendo-se! Por isso, João testemunha: o Verbo criador se faz visível, saindo das profundezas da vida divina e assumindo a vida de... um homem comum (Jo 1, 1-18): um operário em um vilarejo sem história, de uma pequena nação, faixa de terra espremida entre grandes povos, dominada pelos estrangeiros. Há 30 anos preso por suas idéias e condenado inocente a uma morte cruel...
           Deus verdadeiramente viveu naquele canto de mundo? E escolheu descer em uma história obscura e banal? Desejando, além disso, caminhar e levar uma vida comum com um pequeno grupo de humildes pescadores? Seguramente um lugar, o seu, longe do olhar do mundo... que conta: amante do prestígio, do poder, da riqueza!
          Um lugar zelosamente conservado pelos discípulos do Verbo feito homem, quando ele retomou a sua glória e não mais será visível na história do mundo. Continuando a fazer-se presente para os seus, assistindo-os e encorajando-os (At 18, 9-11).
          De fato, os apóstolos são conscientes de ter um “tesouro em vasos de barro” (2 Cor 4, 7-12); ricos pela graça que incessantemente os conforta, porém fracos e inadequados para a obra ao qual foram chamados: testemunharem ao mundo a “páscoa”.
Escreve Paulo: “Eu creio que Deus reservou o último lugar para nós apóstolos, como se estivéssemos condenados à morte, espetáculo para os anjos e para os homens... Nós somos loucos, desprezados, lixo do mundo!” (1 Cor 4, 9-13). Levar, de fato, em seu corpo a morte de Jesus, para que também na vida de Jesus se manifeste a salvação. Em resumo, completar a obra de Jesus. (Cl 1, 24).
           Na fraqueza do homem, faz-se presente a força de Deus! (2 Cor 12, 9).
           Desta fraqueza Paulo é simplesmente... enamorado. É a fraqueza de Cristo, o seu fazer-se obediente até a morte (Fl 2,8) para que o “perfume” de seu sacrifício possa difundir no mundo o conhecimento de Deus, de sua “passagem” entre nós. (2 Cor 2, 14-17).
         Uma leitura superficial pode parecer que Paulo maltrate a natureza humana; que pretende reduzir a nada... “porque pensa ser qualquer coisa” (Gl 5,3). Ou porque te iludes, acreditando-se sábio? (1 Cor 3,18). O que você possui que não tenha recebido?  
(1 Cor 4,7). E por que julgas e condenas? Tu não fazes a mesmíssima coisa! (Rm 2, 1-3) E sugere: és um escravo? Os lucros de tua condição! (1 Cor 7,21). Não és casado? Fica como eu. (1 Cor 7,8). Fica satisfeito se tens algo para comer e algo para cobrir-te!
(1 Tm 6, 7-8).
         Além da procura de sucesso, estima, satisfação, da segurança em tudo...
         Não basta: mobiliza mesmo o Espírito Santo porque com a sua ajuda os fiéis “mortificam”, isto é, “matam!” aquela parte de si que ainda pertence à terra (Cl 8, 12-17).
         Paulo não exagera: na luz da páscoa de Cristo vê “passar a cena deste mundo” (1 Cor 7,31) “Pertencemos a Cristo – revela – não somos mais dessa terra!” (1 Cor 3, 21 e 6,19).
        O tempo é curto: por que não fazer direto o que é digno e possam permanecer junto ao Senhor sem distração? (1Cor 7, 29-35). Por que não se abrir para o conhecimento verdadeiro e finalmente desfrutar o perfume da graça de Deus agora difundido no mundo? Talvez não queira ser, a convite de Paulo, o eco distante da palavra de Jesus,
o muito agitar-se de Marta: “uma só coisa é necessária” (Lc 10,42).

        Verdade que a nossa natureza é lenta, preguiçosa, mal colocada; em vez disso foi criada e redimida por um caminho de plenitude. Não pode agora desfrutar de pausas, sem mais perdas; nem toleram reclamações ou fraquezas. Deus se humilhou até a morte para entrar em nossa morte. Mais abaixo de lá ele não podia!...
       Ao contrário, com a sua ressurreição o nosso “subir com ele” não tem limites!
      Paulo é “alcançado” (Fl 3, 13-14) por esta ... graça infinita!
      É por isso que “tudo parece perdido” (Fl 3,8); tem os “olhos da mente iluminados” (Ef 1, 17-18): penetra nas realidades invisíveis e eternas; (2 Cor 4, 18) “inescrutável” (Ef 3,8), ainda a ser percorrido.
      Como é grande o fascínio que se sente atraindo aqueles que se deixam atrair?
      E Paulo foi tão longe, na verdade, quanto se  deixa “seduzir” (Jr 20,7), para nunca confiar em qualquer realidade visível?
      “Posso falar a língua dos anjos – explica – ou conhecer todos os mistérios e toda a ciência ou possuir todos os bens do mundo...” (1 Cor 13, 1-3); se a vida e o amor de Cristo não estão comigo e em mim... para mim, eu não sou nada!
       Então anseia por conhecimento, uma visão mais profunda de quem o amava; procurou com insistência quem havia se oferecido, até a morte, por ele; que teve piedade de sua vida, “transferindo-o para o seu reino! (Cl 1,13).
       Mas como é grande este reino sem fim, que de geração em geração, se dilata?
       Como um observador atento poderia descrever os limites?
        Passaram milênios e incontáveis multidões de confessores e virgens e doutores e mártires e pastores testemunharam o amor de Cristo; que os “atraiu” para si e depois os ensinou (Jo 6, 44-45) e “justificados” e... “glorificados” (Rm 8, 28-30).
        A compaixão de Cristo não para. Inesgotável... Com preocupação e firmeza exorta os seus (2 Cor 5, 14). Continua a criar mundos, as almas; a derramar rios de misericórdia sobre toda a humanidade.
        Quem pode conhecer os segredos da graça, que fala, inspira, avisa a consciência de cada homem?
        E como ousa conhecer a regra do Ressuscitado, sobre as criaturas angelicais? ( 1 Pd 3,22)
       Ou os seus poderes para “julgar”, quando gritará no final da história, uma extensão ilimitada de ossos secos (Ez 37), para sair dos túmulos? (Jo 11, 43).
       Impossível! No entanto, precisamente Paulo deseja isto: penetrar no mistério da morte e ressurreição de Jesus; viver na sua páscoa. Era necessário que o Senhor sofresse; ele o havia revelado (Mt 16,21). Paulo compreende que também para os discípulos é necessário que carreguem este sofrimento: para que tenham vida.
      “Está no lugar, de fato, o mistério da impiedade” (2 Tess 2, 1-12). O “príncipe do mundo” odeia a vida e deseja a morte de cada ser, do mundo, de Deus... (Jo 14,30 e 15,18-25). Só o sofrimento de Jesus, da sua “comunidade”, é o prelúdio para a vitória final sobre o mal... De fato, ele pode “abrir a sua mão e saciar todo ser vivente” (Sl 104, 28).
        Paulo tem sede deste “poder inescrutável e sabedoria de Cristo” (1 Cor 1,24), que vai descobrindo sempre mais. Parece banalizar todos ou pelos menos considerar nada como importante... Mas é somente ânsia daquele que não vai perder todas as riquezas da verdade e da vida que está vivendo a serviço do Evangelho.
       É a “pérola” (Mt 13,46) que encontrou e quer possuir renunciando ao resto. E foge com ela em direção ao objetivo que é lá no alto... (Cl 3, 1-2).
       A alma do apóstolo vibra ao pensamento de que no coração de Cristo estão contidos “todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl 2,3). Ou agradável torpor, quanto há para aprender, para conhecer! Quão longe você pode lançar um olhar?
      E como explorar naquele corpo glorioso toda “a plenitude da divindade”? (Cl 2,9).
      Paulo sentiu que estava introduzido no mistério do Ressuscitado: só nele vivemos todos.



       Portanto, em antecipação da Páscoa, não pode... gemer e sofrer!

       Sim, há ainda gemidos e tribulação! Mas também a tribulação é causa de... consolação. É quando revela aos Corintíos: “Nós não queremos que os irmãos ignorem como a tribulação que aconteceu conosco na Ásia, nos fez sofrer muito, além de nossas forças, a ponto de perdermos a esperança de sobreviver. Sim, nós nos sentíamos como condenados à morte para aprender que a nossa confiança já não podia estar amparada em nós, mas em Deus que ressuscitou dos mortos. E que nos libertou dessa morte e daquela morte nos libertará também” (2 Cor 1,1-10).

       Israel geme!

       Também por ele é necessário esperar que a Páscoa do Senhor se cumpra. Que está aberto à fé e as pessoas a encontrar a paz. A remissão de Israel será uma “ressurreição dos mortos” (Rm 11, 11-15).

       A Igreja geme e sofre!

       “De fato: gememos, embora possuindo os primeiros frutos do Espírito esperando a adoção de filhos, a redenção de nosso corpo” (Rm 8, 1827).


      Tudo geme: a criação, as pessoas, a Igreja, mas não com gemidos mortais; tudo está esperando por um nascimento que restitui a plenitude da vida...
      Agora é o Ressuscitado que é invocado, em nossa peregrinação. Paulo convida os fiéis a nutrir-se da “incessante oração” (1 Tss 5,17), a desejar: “em nome de Jesus, atingir força no vigor de seu poder. Senhor de todos e rico para com todos, não deixa decepcionados” (Rm 10,9-13 e Ef 6, 10-18).
      Estamos imersos na vida do Ressuscitado. Podemos nos apoiar confiantes no poder vivificante de Jesus. Paulo afirma: “tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13).
    
      Caríssimas irmãs e irmãos, eu tentei coletar a granel, algumas migalhas da experiência de Paulo, dos apóstolos sobre a Páscoa de Jesus: a sua morte e ressurreição. Acontecimento único e o mais dramático da história do mundo. Também tu, irmã e irmão, mais cedo ou mais tarde vais te encontrar em um primeiro dia da semana diante do sepulcro de Jesus. Que para ti estará vazio e deverás interrogar-te seriamente: onde puseste o seu corpo?

     Deixo-te uma última palavra de Paulo, um desafio para todos os infernos da história, também o teu!
     Um versículo luminoso que Paulo levanta sobre todas as pessoas, memorial de vida e de esperança.
      Nós somos, de fato, a geração adúltera e perversa; os ladrões ou os traidores ou os assassinos mais abjetos; propriedade de uma “legião” de demônios; ou sob o governo mais cruel e mais duradouro do Faraó, todavia:

“ninguém poderá nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus, Senhor de todos e nosso!” (Rm 8,38-39)

BOA PÁSCOA! Com paternal afeto    Don Sérgio Angelini       

sábado, 3 de março de 2012

Adoração



Com a orientação da Irmã Conceição o grupo do Maristella está se reunindo nas quintas-feiras para um momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento.