"Também vós leigos podeis viver a espiritualidade das Filhas de Sant'Ana; ser os cem braços e chegar lá onde as Filhas não podem chegar" Intuição de Rita de Maggio - 09 de dezembro de 1981


Biblioteca da Esperança


ESTATUTO DO MOVIMENTO DA ESPERANÇA

VISÃO DE CONJUNTO
Origem e Identidade
1. O “Movimento da Esperança, denominado assim a partir de 24 de maio de 1991, se fundamenta na inspiração de Madre Rosa Gattorno, que tentou várias vezes organizá-lo em forma jurídica não alcançando êxito; reaparece a partir de 1924, como “Amigos da Associação das Filhas de Sant’Ana” volta a abrir caminho, sendo tomado em consideração durante o Capítulo Especial da Família Religiosa de Sant’Ana, 1969-71 e nos sucessivos Capítulos Gerais de 1972 e 1978; retoma vigor, e depois, pouco a pouco, se define sempre mais, constituindo-se como Movimento, a partir da intuição de Rita di Maggio que, durante a solene Celebração de 9 de dezembro de 1981, por ocasião da transladação dos venerados restos mortais da Serva de Deus Rosa Gattorno, da Casa Geral para a Igreja de Sant’Ana ao Latrão, sentiu o impulso de difundir o carisma de Madre Rosa no laicato.
Com a aprovação definitiva por parte da Família Religiosa (CAp. Geral 1990) ea sucessiva confirmação, autorizada por parte da Igreja, o Movimento é, a título pleno, chamado a participar e viver, no mundo, o carisma e a espiritualidade das Filhas de Sant’Ana.

Vocação à Espiritualidade do Movimento
2. Reunido como pequena parte do Povo de Deus,movido pelo Espírito Santo a responder a um chamado gratuito do Pai, o Movimento esforça-se para que o divino desígnio da salvação, cada dia mais, alcance todos os homens de todos os tempos e de toda a terra, colaborando com a Igreja na Obra salvífica do Cristo, em atitude de pobreza de coração, própria de Sant’Ana.

3. Ao aprofundar e viver a própria vocação-missão, o Movimento faz próprios os fundamentos teológico-espirituais da Espiritualidade da Família das Filhas de Sant’Ana – herdeiras diretas do carisma dos Fundadores – atingindo estes fundamentos nas Constituições e nos Documentos do Instituto.

4. Mãe da Mãe do Redentor, e por conseguinte inserida, de modo particular, na História da Salvação, Sant’Ana representa u sinal da espiritualidade de espera que, em total desapego de si amorosa abertura para com Deus e o próximo, foi característica do pequeno Resto de Israel. O fato de Sant’Ana pertencer ao povo eleito e o seu privilégio de ser Mãe de Maria são os únicos elementos que nos são dados para conhecer a sua pessoa e a sua vida; eles são suficientes para se deduzir a mensagem em que se fundamenta a espiritualidade peculiar do Movimento.

Sinal de Esperança
5. O chamado ao movimento consiste em testemunhar ao mundo todo sentido da Esperança-Aliança do Resto de Israel que:
  • Fundamenta sua vida sobre a fidelidade de Deus às suas promessas;
  • Permanece fiel aos compromissos da Aliança;
  • Compreende seus conteúdos sempre mais espirituais;
  • Supera progressivamente o limite da espera dos bens materiais;
  • Espera as realizações das promessas de Deus;
  • Tem certeza de que Ele se recordará da sua misericórdia.
Por isto, fundando-se sobre a experiência histórica de Deus, do seu Amor e do seu perdão, o Resto de Israel caminha com Deus e é consciente da sua transcendência infinita e do seu irromper imprevisível na história.

6. A espera do Resto de Israel é caracterizada pela constante abertura à novidade de Deus, que se revela atuando progressivamente quanto “tinha prometido a Abraão e a sua descendência para sempre”.

Trata-se portanto de uma esperança que toma vigor a partir da experiência da Aliança do Resto de Israel que, em Maria, completa a aurora do novo dia de salvação.

7. Profundamente inserida no próprio coração da salvação e associada ao Messias, o esperado dos povos, Maria se torna cumprimento e nova esperança do mundo. Nela, os membros do Movimento contemplam a primeira resposta de Deus à esperança dos pobres, do “resto fiel”, entre as quais emergem Ana e Joaquim, que mereceram ter assim uma tão grande filha, pela sua pobreza de coração e esperança.

8. Maria é o novo Israel, a filha de Sião, com a qual o Senhor da vida e da história projeta a nova e eterna Aliança: a entrada no mundo do Messias, o Reparador, o Servo de Javé, o Redentor.

O Servo de Javé
9. O Pai quer realizar a redenção dos homens por obra de um “Pobre”, o qual partilhando a condição de pobreza da humanidade decaída, cumpriu sua missão sem esplendor, com doçura e, aparentemente, com um insucesso que Deus, com seu infinito poder, transformou em salvação para todos.
Tal é a fisionomia do “Pobre” que o profeta Isaías delineia sob a figura do Servo de Javé.

A sua missão
10. Viveu pobre entre os pobres, sobretudo, dirigiu o seu ensinamento e a sua “boa notícia”, proclamou claramente a sua identificação com eles numa presença que durará até o fim dos tempos e terminou a sua existência terrena na suprema humilhação e pobreza da cruz.

11. Desta morte, nasce a vida para os homens, e a pobreza se transmuda na ressurreição.
O Servo torna-se Senhor: “quando for levantado da terra, atrairei para mim todos os homens”, e “por isto Deus o exaltou e lhe deu o nome que está acima de qualquer outro nome...”.

12. Dócil a este chamado, o Movimento se apresenta ao mundo como sinal de espera e de dom. Espera no retorno de Cristo glorioso e dom total a Deus no serviço aos irmãos, num esforço de maior identificação com aquela atitude de pobreza que Maria, filha de Sant’Ana, expressou no magnificat; que Cristo, Servo de Javé, viveu na sua vida terrena e exaltou nas Bem-aventuranças; e que Madre Rosa Gattorno transmitiu sob a moção do Espírito Santo.

Com aprovação da Igreja
13. A aprovação por parte da Autoridade Eclesiástica insere firmemente o Movimento na vida e na santidade da Igreja



Madre Rosa Gattorno ocupa, entre as figuras de fundadores que têm caracterizado o "Oitocentos" italiano, um lugar de particular relevo. Esposa e mãe terníssima, imersa no próprio tempo e nos seus problemas, realiza em um breve decorrer do anos uma obra apostólica de vastíssimas dimensões. O seu segredo é simples: conformar-se ao Cristo, no sofrimento, na humildade, no abraço amoroso de todas as criaturas.
Mulher no sentido mais completo da palavra, animada de uma caridade que a devora, severa consigo mesma e cheia de compreensão para com os outros, Rosa Gattorno incide a fundo na trama do Catolicismo italiano com exemplo e um testemunho de rara potência. Por isso é hoje oportuno inclina-se sobre a experiência desta criatura extraordinária; há uma crise de testemunho no atual momento histórico: parece que as palavras, as discussões, ou pior ainda, a apatia e a audácia das ações, a assunção talvez dolorosa da responsabilidade, a capacidade de sofrer e, se é o caso, de morrer por amor.
Brinca-se com as "crises", ouvem-se as próprias angústias, geme-se em um mundo sem Deus. Mas "se Deus existe - disse um operário a um sacerdote francês - é o que vós fazeis". A imagem de Deus transparece em nosso testemunho. Mas o testemunho não é gritar "ao fogo" estando de chinelos, mas sim atirar-se ao braseiro disposto a perder tudo, torna-se "servo dos servos", "fazer-se tudo para todos". nesta prospectiva a figura de Madre Rosa Gattorno se agiganta e mostra às nossas consciências o caminho a seguier para ser realmente "cristão".