"Também vós leigos podeis viver a espiritualidade das Filhas de Sant'Ana; ser os cem braços e chegar lá onde as Filhas não podem chegar" Intuição de Rita de Maggio - 09 de dezembro de 1981


sábado, 23 de março de 2013

EUCARISTIA, DOM E RESPOSTA




Quando pensamos em sacrifício, automaticamente nos vem à mente alguma renúncia e, com ela, uma boa dose de sofrimento. Porém, o sofrimento mal administrado nos empurra para o labirinto do mistério e de suas interrogações. Surgem perguntas: "Por que", "para que" esta cruz? Existem situações nesta vida que não esperam de nós uma resposta, mas uma atitude. Não são as respostas que dão sentido aos nossos sofrimentos, mas o modo como recebemos o inevitável e decidimos atravessá-lo. E quando o assunto é cruz, só existe um sentindo: Jesus Cristo, o Crucificado!

NA PAIXÃO COM JESUS
Jesus no Santíssimo Sacramento já não pode sofrer sem sua humanidade. Os ultrajes, as ofensas, não o atingem mais, porque a sua Paixão já foi completa. O Seu corpo na Eucaristia é um corpo glorioso não mais passível à dor. No entanto, nós somos o Seu corpo místico; nós temos o "privilégio" d. Através sofrer a Sua Paixão; nós somos o corpo de Cristo que ainda padece para que a salvação chegue a todos.

NA LUZ DO MISTÉRIO
Se poucos são os que assumem uma atitude positiva diante do sofrimento, muito menos são os que conseguem amá-lo e unir-se ao Sacrifício de Cristo por meio de sua própria cruz. Madre Rosa, ao longo de sua vida, pôde viver muito bem o que a carta aos colossenses apresenta como nossa "pequena paixão". Através da união com Cristo, ela penetrou no sentido do sofrimento, experimentou sua essência e o desejava ardentemente, não porque gostasse de sofrer, mas porque reconhecia nele a Vontade de Deus para a sua vida, e isto era tudo que queria realizar.

O SACRIFÍCIO DO AMOR
"É a misericórdia que eu quero e não sacrifício". Em pelo menos duas ocasiões (cf. Mt p,13; 12;7) Jesus lembra estas palavras de Oseias para nos conscientizar de que não espera de nós a superação do sofrimento por si mesma. Não se trata de derrotar a dor ou aguentá-la para além do limite humano. Cada dia de nossa vida temos algo para oferecer a Deus, e, às vezes, são justamente as nossas lágrimas, fracassos, insuficiências, enfim,  aquela cruz que colocamos nos ombros, depois de renunciarmos a nós mesmos e empreender o nosso caminho na estrada do Mestre (cf. Mc 8,34b). Nessa perspectiva, o que tenho oferecido a Deus? O meu amor lhe agrada? Me alegro por participar de Sua Paixão?
Certamente a fé nos leva a assumir uma atitude positiva diante do sofrimento e transformá-lo em sacrifício de suave odor (cf. Rm 12,1-2), desde que o acolhamos com confiança de que o Pai não deixa escapar nada de seu conhecimento e nenhum dos seus filhos de suas Mãos. de que nos serviria saber o porquê do sofrimento se não tivéssemos um motivo para suportá-lo? Seria uma resposta supérflua! O nosso limite acaba sendo uma vantagem, pois a Cruz é, em todas as circunstâncias, a nossa única esperança.

SER VÍTIMA QUE SE UNE A JESUS
Todos nós já experimentamos alguns tipos de perseguição ao longo de nossa vida. Mas, nem toda perseguição é verdadeira. Muito frequentemente sofremos por causa de uma vontade frustrada ou como consequência de escolhas erradas, Jesus chama de bem-aventurados os que sofrem perseguições (cf Mt 5,10-11) e acrescenta: "por causa de mim". Completar na própria carne o que falta a Paixão de Cristo implica numa união íntima com Ele. Sem isso, o nosso sacrifício não será uma oferta agradável a Deus, digna de ser incorporada à Eucaristia, como faz e ensina Madre Rosa: "eis, meu Deus, a tua vítima que se une a Jesus...". Que o nosso coração se abra, não para buscar respostas lógicas, mas para se tornar um altar capaz de recolher tudo para Deus e adorá-lo com todo amor.

Adoração preparada pelas irmãs do Mosteiro de Sant'Ana

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