"Também vós leigos podeis viver a espiritualidade das Filhas de Sant'Ana; ser os cem braços e chegar lá onde as Filhas não podem chegar" Intuição de Rita de Maggio - 09 de dezembro de 1981


quinta-feira, 8 de março de 2012



PÁSCOA 2012


“Dou graças Àquele que me deu a força” (1 Tm 1,12)

          “CANTAREI PARA SEMPRE AS GRAÇAS DO SENHOR” (Sl 88, 2)



            Meus caríssimos irmãos e irmãs,
                                                                  Mais uma vez chegamos, com a graça do Senhor, na Quaresma, tempo propício, que a cada ano a Madre Igreja nos propõe, para ajudar-nos a reentrar em nós mesmos e verificar o nosso caminho; poder conhecê-Lo e experimentar também em nossa vida a potência de sua ressurreição, como bem nos ajuda a refletir D.Sérgio em sua abundante catequese.
            Esperei por este momento para agradecer a todos vocês também pela minha viagem ao Brasil, terminada quase na vigília da celebração do nosso 30 º ano.
            Tempo abençoado pelo Senhor! Sim, foram dias e horas marcados pela presença Dele, que sabe como programar perfeitamente aquilo que você planeja, como ninguém pode fazer. Certamente as experiências que você viveu... Contar é sempre difícil, mas tentarei sintetizar.
            Primeiramente eu me sinto obrigada a render graças Àquele que me deu a força, porque eu senti toda a minha fraqueza para enfrentar a viagem... Mas, como sempre, a Palavra do Senhor era lâmpada para meus pés e luz sobre o meu caminho. Por isso posso cantar para sempre as graças do Senhor, junto com todos vocês por esta experiência.
            Guardo em meu coração toda a gratidão pelas caríssimas Provinciais S.A.Teresa. S.A.Rita, S.A.Aparecida, junto com todas as Superioras, as Irmãs, pela acolhida, pela disponibilidade, pela participação, a partilha, a alegria de estarmos juntos, tudo acompanhando por uma compreensão profunda que o Senhor nos deu...
Obrigada por TUDO!!!
A minha oração e benção ao Pai pelos irmãos e irmãs do Movimento, pelas Equipes Territoriais com as quais vivemos momentos intensos; por toda a Família carismática, que eu tive a oportunidade de rever; pela visita a alguns grupos do Movimento, como também nos Encontros Territoriais que a Divina Providência havia planejado. Juntos experimentamos e vivenciamos como o Senhor guia, dirige, aprova, programa...  Foi este o caminho do “resto fiel”, de Sant’Ana, de Maria, de Madre Rosa, mas, sobretudo, o caminho do SERVO DE JAVÉ.
João Paulo II dizia que não existe “simples coincidência”, mas sim o desejo da Providência Divina.
Eu parti de Roma no dia da vigília do nascimento de Madre Rosa, diretamente para a Província “Rosa Gattorno” (não me recordava do fato de chamar-se assim, percebi apenas pouco antes da partida.).
Cheguei à Casa Provincial, em Recife a tempo de participar da adoração, da bênção e da Missa. Grande presente de Deus, para o início da missão!
No primeiro dia ocorreu a celebração do nascimento de Madre Rosa. Eu deixei sob seu guia e a sua intercessão o caminho que havia apenas iniciado, para que se cumprisse segundo a vontade de Deus.

No dia seguinte, junto com a caríssima Irmã Rosângela, fomos à casa de Mércia, esposa do nosso caríssimo irmão Antônio de Pádua; como era sábado estava livre do trabalho e ficamos com ela e seus dois filhos Péricles e Felipe. Isto foi possível porque o encontro da Equipe, programado para dois dias, foi adiado somente para o domingo por uma dificuldade enfrentada por Gilberto. Nós interpretamos isso como uma vontade de Antônio que “ciosamente”... desejava que o encontro da Equipe começasse em sua casa...
Foi um dia de grandes emoções e de render graças ao Pai por quanto realizou na vida deste irmão e desta caríssima família, não só em nosso favor e da Família carismática, mas também por toda a Igreja. Tempo marcado pela escuta e diálogo, recordações, nostalgia, ação de graças...
Na Província de “Rosa Gattorno” e no dia seguinte do seu aniversário de nascimento saboreamos a santidade deste seu filho, amante e fiel desta santa Madre. A sensação que percebíamos era de estar em um “santuário”... O encontro foi coroado pela entrega por parte de Mércia de um CD com um “impresso”: “TESTEMUNHO – Antônio de Pádua”: narra os seus últimos escritos, onde fala que não é seu, mas confiou a sua amada esposa para torná-los conhecidos. Estamos traduzindo. Mas se quiserem ver, já está no blog do “Movimento da Esperança”.
O encontro da Equipe aconteceu em um clima de verdadeira fraternidade e empenho de continuar o caminho. Tocante foi a experiência de Felipe que, na véspera de sua ordenação diaconal, tanto desejada e esperada, sua esposa Selma, foi diagnosticada com um tumor na cabeça. Imediatamente submetida a uma operação, já não é completamente independente. Requer cuidados constantes. Felipe expôs sua difícil situação ao Bispo, que lhe disse que a assistência contínua à sua esposa já era o seu... diaconato!
Em cada grupo visitado, eu pude ver a passagem de Deus...
Ainda cheios da nostalgia de Antônio, teve início o 20º Encontro Territorial. A catequese de Padre Paulo Sérgio, a presença da Provincial Teresa, de Irmã Rosângela, de algumas irmãs FSA e dos irmãos Gilson e Alfredo, de Jaime, membro da Equipe, ele que cuida do blog, de tantos irmãos e irmãs do Movimento, pessoas de vários lugares, vivemos dias alegres, contemplando as passagens de Deus através das várias experiências...
Muito especial foi o encontro com o que restou do grupo de Curado, que ocorreu em um “velório” (sala mortuária); seguramente uma experiência única na história... dada a proximidade do cemitério onde se encontra o corpo de Antônio de Pádua, onde fomos com Irmã Rosângela e Felipe. Plena confirmação da Palavra daquele dia, durante o evento vivido. De manhã, como sempre, eu era “curiosa” pela Palavra daquele dia. De fato. A primeira leitura do Ofício dizia: “As almas dos justos estão nas mãos de Deus... sua esperança cheia de imortalidade... Deus os provou e os julgou dignos de si... O Senhor reinará sempre sobre eles... aqueles que são fiéis viverão com ele no amor”. E a segunda leitura dos Padres: “A semente que coisa é?... Quando cai no chão seco e nu, apodrece. Então Deus, grande e providente, a faz ressurgir da decadência e de uma só semente derivam muitas e as leva à frutificação”. E não foi só, mas também o Evangelho daquele dia falava do grão de mostarda...
O Senhor me fez ver que a vida está lá e quer expandir-se. 
Com grande alegria no coração viajei para a segunda etapa: Fortaleza, onde, não obstante já ser um pouco tarde, vieram esperar-me com muito afeto a Provincial Irmã Rita Vasconcelos, a Superiora Irmã Rita de Cássia, Padre Fábio, a Equipe. Senti tanta ternura ao abraçar a “alegre” Socorro, que já alguns anos luta com o Alzheimer e... forte tem sido a experiência de Francismar, muito provado, porém sereno e consciente que deve aceitar e amar a sua esposa nesta sua nova situação.
Senti imediatamente a “pobreza” e a “precariedade” deste local. Mas, em seguida, através dos encontros com a Equipe, muito sofrida, sem visitar os grupos, eu tenho que ver como a “semente” dará frutos abundantes em seu tempo! Eu também senti isso na cidade de Sobral, graças ao convite providencial que recebi da caríssima Provincial Irmã Rita, para participar do encontro da Equipe da Pastoral Juvenil, na Serra da Meruoca. Encontrei Marcel, de Sobral, o grupo da Serra, assim como alguns representantes dos grupos de Massapé, Floresta, Sororoca e Sant’Ana do Acaraú, ainda que só rapidamente... combinando no domingo para o encontro dos jovens daquela diocese. Ajudou-me muito por ver que a vida é e deve ser protegida e, dada as dificuldades da Equipe de Fortaleza, por ora a Equipe de Belém, que faz parte da mesma Província Norte, está disponível para prestar-lhes assistência.
O encontro foi tocante e significativo, na maior simplicidade, em casa, o “pequeno resto” dando testemunhos muito tocantes. Como sabem usar bem e viver a Liturgia das Horas!
A semana em Fortaleza foi concluída com o Encontro na Casa Provincial, onde cada um, a partir da Equipe, olhando sua própria experiência, manifestou o desejo de continuar o caminho com maior energia. Através do trabalho dos grupos notou-se um desejo de um maior empenho em viver a própria atribuição e o impulso de anunciar.
Breve, porém intenso foi o encontro com Irmã Frassinetti, Irmã Paulina e o grupo da Barra do Ceará.
Uma bela coincidência a Celebração Eucarística com Padre Valdo, na véspera e no dia de minha partida.
Sentia que, como família, não poderia faltar um encontro com a comunidade dos Irmãos, com os quais partilhamos o jantar e a experiência com o Instituto Secular em casa de Leatrice.
Muito significativa e cheio de afeto e alegria no Senhor foi a partilha com a comunidade da Casa Provincial.
Também nesta cidade tão querida, eu estava pronta, com alegria no coração e a certeza dos interventos do Bom Pastor para partir para Belém...
Com grande sacrifício da parte da Equipe, Ana Lúcia, Francisca, Fátima, Maria Emilia me esperavam no aeroporto, visto que cheguei meia-noite; foi iniciada assim a terceira etapa de minha viagem. Acolhida com grande afeto e hospedada, desta vez, na casa da caríssima Maria Emilia, com quem tive a oportunidade de rezar e partilhar todas as manhãs, as Laudes, o Ofício das Leituras e a Celebração Eucarística.
Vivemos momentos fortes de oração, de verificação do caminho, de programação, de fraternidade com toda a Equipe, porém não faltou a partilha com os Responsáveis e as Irmãs FSA. Sendo pequena e circunscrita a realidade em Belém, eu pude ver todos os grupos. Coroando tudo o retiro que deveriam fazer no mês de agosto, por dificuldades em contar com sacerdotes e também com alguns membros, foi adiado, sem saberem que tudo era providencial e que deveríamos fazer juntos a experiência. O tema desenvolvido pelo Padre Jaime Sidônio estava perfeitamente em sintonia com tudo o que fizemos no livro “O Dom de Deus a Madre Rosa”. Nós não havíamos combinado!
Como não recordar o encontro na casa de nossa irmã Rosa do Carmo, cega e que na sua simplicidade acolhia um grupo na sua casa. No encontro eu testemunhei que escutando a oração dos Salmos, conseguia segui-los e os repetia de cor, eles eram o seu sustento durante o dia. Agradeço ao Senhor que me deu a possibilidade de revê-la antes de seu retorno à casa do Pai. Sim, porque nesse mês de janeiro ela deixou esta terra e agora, seguramente, goza as delícias do céu.
Com grande alegria por tudo o que vivi, parti para a última etapa: Rio de Janeiro.
Também lá, acolhida calorosamente pela Provincial Irmã Aparecida, que chegou de Manaus dez minutos antes de mim, pelas caríssimas Irmãs Terezinha, Rita Leide e Ana Paula. Também nesta cidade houve comunhão e partilha muito forte, seja com a Provincial Aparecida ou com as outras Irmãs, como também com a Equipe e o Movimento. A Divina Providência permitiu que eu participasse do Encontro Territorial, que foi um verdadeiro presente de Deus, pois pude presenciar a realidade e constatar que o Senhor da vida está presente e que a “semente” continua a germinar!
O trabalho durante o encontro foi intenso, alegre, com a escuta e a participação de todos. Também aqui os testemunhos foram muito fortes; vivemos nesse Encontro Territorial um momento de grande emoção ao recordar a caríssima Lourdes, membro da Equipe por tantos anos e bem identificada com o Movimento, que morreu no mês de maio, vítima de um acidente. Estavam presentes todos os grupos, exceto o de Casemiro... eu teria que achar uma maneira de encontrá-lo no dia seguinte. Tenho visto aqui a semente sempre presente...
A última grande “coincidência”: dia 20 de novembro haveria uma peregrinação à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Viagem programada pela Paróquia de São Miguel desde o mês de julho, coisa bem em sintonia com a minha viagem, mas sem nenhum acordo prévio. Domingo de Cristo Rei, final do Ano Litúrgico, conclusão também de minha viagem, pois no dia 21, dia da apresentação de Maria ao Templo, regressava para a Itália.
A Divina Providência permitiu que participássemos da Celebração Eucarística às oito horas da manhã e...  outra surpresa: Missa solene, presidida pelo Bispo daquela diocese e concelebrada por vários sacerdotes... eu entendi esse evento como vontade do Pai e grande presente de Maria Aparecida.
Aos seus cuidados maternos eu confiei toda a Família e as “sementes” dispersas nas várias partes desta querida terra do Brasil.


“As sementes caídas por terra seca e nua, apodrecem. Depois Deus grande e providente as faz RESSURGIR... e uma só semente atrai muitos”!

BOM CAMINHO QUARESMAL!


              E UMA SANTA PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO!



Eu lhes asseguro as minhas orações, enquanto vos abraço com grande afeto.

                                                                                             Rita

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