MOVIMENTO DA ESPERANÇA
Páscoa 2012
“... PARA QUE EU POSSA CONHECER CRISTO, O PODER DE SUA RESSURREIÇÃO” (Fl 3,10)
Certamente
este desejo de Paulo encontra sua origem na experiência dramática de Damasco
(At 9; 22 e 26); ali pela primeira vez Paulo “conheceu” o Ressuscitado; antes,
“foi por Ele conhecido” (Gl 4,9). De repente: desorientação... confusão... A
súbita luz o cega, transpassa-o a voz...
Cai no chão
Nesse instante experimenta um tormento
por ter vivido um terrível engano!
Aquele brilho o jogou no escuro. E
sem força. Era falso, desde então, o seu zelo por Deus? “Mas um zelo pouco
conhecido” (Rm 10,2)
O Crucificado está longe do escândalo
para Israel; nem os seus seguidores são culpados de heresia!
Da escuridão de sua alma, aflora
repugnância pelo seu passado; por aquele estremecer obsessivo, as ameaças de morte
contra os discípulos do Senhor, provocando seus sofrimentos com um fanatismo
cruel. Mais tarde deverá confessar que perseguia com violência a nova doutrina
e, furioso, havia devastado a Igreja de Deus! (Gl 1,13).
Em
Damasco, agora, deitado no chão!
Perturbada a mente, o coração...
Três dias de angústia, de jejum. A
oração sai... de onde? De uma profundeza inexplorada. Somente um gemido, que
não lhe dá paz: “Eu persegui Deus, o meu Deus! Eu semeei o terror... Como
implorar misericórdia? Como sair do meu inferno, fruto da minha cegueira? É
possível consertar este mar de tristeza? Ainda poderei ter sentido na vida?”
Paulo sente desolação dentro e em
torno dele... Parece-lhe familiar o grito agudo de Caim: “Muito grande a minha
culpa para obter perdão!” (Gn 4,13).
“Adão” – cada homem! – é perdido;
caminha pelas trilhas da ilusão, da amargura. Não é mais disponível para ouvir...
Agora se esconde de Deus; o impacto dramático da sua presença lhe revela a sua
própria nudez, o seu medo (Gn 3, 8.10). A vontade de Deus que, de repente o
atinge, causa um protesto doloroso: “ Quem é este homem para fazeres tanto caso
dele, o escutares a cada manhã e a cada
instante o colocas à prova? Porque não perdoas o meu pecado e não afastas a minha iniqüidade?
Logo eu me deitarei no pó e não existirei mais” (Jó 7, 17-21).
Uma vontade que não deixa escapar;
parece olhar para ele... para matá-lo! Se revolta, resiste...
Adão
resiste
Mas pode ser boa aquela vontade que faz
Abraão querer matar o próprio filho? (... no entanto, como é grande a descendência
dessa criança!) (Gn 22).
Ou aniquilar Isaias com uma visão no
Templo, súbita e brilhante? (... mas não podemos deixar de anunciar a santidade
e... havendo tanta nostalgia! De beleza (Is 6)
Impedir Jeremias da alegria de formar uma
família e mandá-lo pregar para as pessoas que não o escutarão? (... mas será a
única maneira de salvar a vida de Jeremias! (Jr 16,2 e 40, 1-5).
A vontade de Deus vai “perturbar” a vida
de um velho pastor solitário, agora mais habituado ao silêncio, incapaz mesmo
de falar: Moisés. Ele deverá libertar um povo inteiro da opressão do Faraó!
Também o velho e futuro líder.... resiste!
(Ex 3, 6-11).
Que seria de Moisés, de Israel... de
Paulo, se Deus não passasse em suas vidas? Se não houvesse gritado: “onde está
você?” (Gn 3,9). Deixar-te olhar! Deixar-te amar!...
O Crucificado que Paulo perseguia está
vivo! Agora Ele o manda ficar de pé, entrar na cidade: lá lhe será dito o que deve
fazer. Um novo caminho... Paulo torna-se “servo de Jesus Cristo, apóstolo por
vocação, escolhido para anunciar o evangelho” (Rm 1,1).
“Um abismo é o homem e seu coração é um
abismo” (Sl 64,7). Também o coração de Paulo, um abismo: não podemos sondar os sentimentos
mais íntimos; mas ao menos tentar imaginar o trauma psicológico que o atingiu,
imediatamente. Por toda a sua vida, como um fiel zeloso, procurou a glória de
seu Deus; o Senhor do Sinai; o “três vezes Santo” revelado por Isaias. Absurdo
querer descobrir o “rosto” do “Senhor dos exércitos”, como queria Moisés (Ex
33, 18-20); não é possível fazer um “ídolo ou qualquer imagem”.
Agora a face de um condenado à morte, “não
um homem, mas verme; infâmia dos homens e desprezo do povo” (Sl 22,7), é
adorado como um Deus!... Escândalo para um doutor da Lei como Paulo; blasfêmia
terrível!
Aquele tormento para um homem assim
determinado; um crente sincero... Angústia, ânsia... Mais que “acender-se a ira
ou jogar as tábuas da Lei e quebrá-las” como havia feito Moisés pelo pecado do
bezerro de ouro (Ex 32, 19). Paulo “ruge ameaças de morte e quer levar presos
para a cadeia” os seguidores desta perversa doutrina!
Em seguida o relâmpago, a voz: “Eu sou
Jesus a quem tu persegues!”
E
Damasco torna-se a páscoa de Paulo...
“Um abismo chama outro
abismo” (Sl 42,8): o rosto desprezível e vergonhoso de um condenado, inchado e
desfigurado, diante de quem os homens escondem o horror, agora brilhante, vivo,
com “olhos flamejantes como fogo, onipotente! A voz como o fragor de muitas
águas!” (Ap 1, 14-15).
Certamente os doze apóstolos continuam sendo
as testemunhas privilegiadas de toda a obra de Jesus: vida, ensinamentos,
morte, ressurreição... Paulo a vista deles, é como “um aborto”. O menor dos
apóstolos, não é digno de ser assim chamado. (1 Cor 15,3-11). Mas não pode
negar que em Damasco, também ele viu Jesus (1 Cor 9,1).
Não só – e é uma emoção! – ele
tem o “pensamento” (1 Cor 2, 16).
E a “graça” do Ressuscitado não será em vão! Paulo “acima de tudo,
achará difícil”; por gratidão, por excesso de reconhecimento por se ver
alcançado pela misericórdia do Ressuscitado. Paulo, em uma época violenta, foi blasfemador,
perseguidor. É quando confessa aos discípulos (1 Tm 1, 12-17): “agia sem saber,
longe da fé, mas Jesus quis demonstrar toda a sua generosidade primeiramente a
mim, como exemplo para os que depois iriam acreditar nele.”
O’ profundidade da
sabedoria de Deus! Quantos são impenetráveis os seus juízos!”(Rm 11,33).
Misterioso o caminho da “graça”; realmente a Paulo será dada “uma medida
recalcada, sacudida e transbordante será paga na alma” (Lc 6, 38). Jesus viverá nele (Gl 2, 20) e... “graça
sobre graça” (Jo 1, 16) o guiará.
“Onde
o pecado abundou (no corpo do servo sofredor de Deus...), superabundou a graça (no corpo
glorificado do Filho Unigênito de Deus!”) (Rm 5, 20).
Paulo é fascinado – e... conquistado –
pelo evento-páscoa: ele o viveu em sua carne. Mesmo recalcitrando, teve que
aceitar que também por ele – ímpio! – Cristo desejou morrer no “tempo
estabelecido” (Rm 5, 6-11) e ressuscitando, desejou encontrá-lo, oferecendo-lhe
o perdão e propondo-lhe... a missão!
Agora a história da humanidade tem que
lidar com a realidade deste Ressuscitado! Mantendo-se misteriosamente inserido
no nosso dia-a-dia, Jesus introduziu no mundo, espaços de vida acima e além do
quanto podemos pensar e querer. Este Jesus não morre mais! Fez a morte
inofensiva; com ele parece ter perdido a cor da tragédia.
Proclama decididamente: “Eu sou a ressurreição!” (Jo 11, 25) e
lança no coração do mundo o evento de sua páscoa, sinal de contradição.
A sabedoria humana não sabe e não pode
lidar com este acontecimento que põe em crise: Deus realmente pode recompensar
com a ressurreição, o homem Jesus que decide que quer expiar o mal do mundo,
aceitando morrer pelos pecadores com uma morte absurda? Não é só loucura? E não
pode parecer um absurdo que um dos seus discípulos confessou de ter subido a um
terceiro céu, seqüestrado pelo mestre morto que estava vivo naquele paraíso e
ouviu palavras inefáveis? (2 Cor 12, 1-6).
De fato, Paulo penetra no mistério de
um conhecimento mais que sublime: compreende que é “a largura, o comprimento, a
altura e a profundidade do amor de Cristo...” (Ef 3, 14-19).
O mundo, com a sua sabedoria, desprezou
o conhecimento de Deus (Rm 1, 28). Pensa agora, por ignorância e vaidade, ter
matado o “autor da vida” (At 3,15). Mergulhado nas trevas do desespero o mundo
dos homens se torna um escravo da morte; neste inferno, apenas a compaixão de
Cristo pode entrar, iluminando com a sua ressurreição a história da humanidade.
Guiado pelo Espírito que perscruta as
profundezas de Deus (2 Cor 2, 10), Paulo agora entende que onde há trevas, dores,
morte, lhe será melhor: certamente se fará presente a misericórdia de Deus. É
ali, nas profundezas da tragédia humana, que deve esperar a erupção da vida: a
“páscoa”. Ele deve esperar... Para a páscoa!
De fato, Deus sempre afirmará a sua
palavra eterna: “tenho planos de paz, não de desventuras” (Jr 29, 10-12); “não
tenho nenhum prazer na morte de alguém” (Ez 18, 32); “eu vi a miséria do homem;
ouvi o seu grito; conheço o seu sofrimento. Estou sempre perto dele para
libertá-lo e fazê-lo sair...” (Ex 3, 7-12). Portanto: “cada lágrima será
enxugada e será rasgado cada véu desonrado que envolve de tristeza o rosto das
pessoas...”
“...
agora é eliminada a morte!” (Is 25)
De tal evento de vida, a páscoa de
Jesus, os apóstolos são, finalmente, alegres servidores. Deverão levá-la até os
confins da terra. Para essa tarefa gozam de um lugar privilegiado: o último!
Contemplam o mistério
de Deus, a sua vontade de revelar-se... escondendo-se! Por isso, João
testemunha: o Verbo criador se faz visível, saindo das profundezas da vida
divina e assumindo a vida de... um homem comum (Jo 1, 1-18): um operário em um
vilarejo sem história, de uma pequena nação, faixa de terra espremida entre
grandes povos, dominada pelos estrangeiros. Há 30 anos preso por suas idéias e
condenado inocente a uma morte cruel...
Deus verdadeiramente viveu naquele
canto de mundo? E escolheu descer em uma história obscura e banal? Desejando,
além disso, caminhar e levar uma vida comum com um pequeno grupo de humildes
pescadores? Seguramente um lugar, o seu, longe do olhar do mundo... que conta:
amante do prestígio, do poder, da riqueza!
Um lugar zelosamente conservado pelos
discípulos do Verbo feito homem, quando ele retomou a sua glória e não mais
será visível na história do mundo. Continuando a fazer-se presente para os
seus, assistindo-os e encorajando-os (At 18, 9-11).
De fato, os apóstolos são conscientes
de ter um “tesouro em vasos de barro” (2 Cor 4, 7-12); ricos pela graça que
incessantemente os conforta, porém fracos e inadequados para a obra ao qual
foram chamados: testemunharem ao mundo a “páscoa”.
Escreve Paulo: “Eu creio que Deus
reservou o último lugar para nós apóstolos, como se estivéssemos condenados à
morte, espetáculo para os anjos e para os homens... Nós somos loucos,
desprezados, lixo do mundo!” (1 Cor 4, 9-13). Levar, de fato, em seu corpo a
morte de Jesus, para que também na vida de Jesus se manifeste a salvação. Em
resumo, completar a obra de Jesus. (Cl 1, 24).
Na fraqueza do homem, faz-se
presente a força de Deus! (2 Cor 12, 9).
Desta fraqueza Paulo é simplesmente...
enamorado. É a fraqueza de Cristo, o seu fazer-se obediente até a morte (Fl
2,8) para que o “perfume” de seu sacrifício possa difundir no mundo o
conhecimento de Deus, de sua “passagem” entre nós. (2 Cor 2, 14-17).
Uma leitura superficial pode parecer
que Paulo maltrate a natureza humana; que pretende reduzir a nada... “porque
pensa ser qualquer coisa” (Gl 5,3). Ou porque te iludes, acreditando-se sábio?
(1 Cor 3,18). O que você possui que não tenha recebido?
(1 Cor 4,7). E por que julgas e
condenas? Tu não fazes a mesmíssima coisa! (Rm 2, 1-3) E sugere: és um escravo?
Os lucros de tua condição! (1 Cor 7,21). Não és casado? Fica como eu. (1 Cor
7,8). Fica satisfeito se tens algo para comer e algo para cobrir-te!
(1 Tm 6, 7-8).
Além da procura de sucesso, estima,
satisfação, da segurança em tudo...
Não basta: mobiliza mesmo o Espírito
Santo porque com a sua ajuda os fiéis “mortificam”, isto é, “matam!” aquela
parte de si que ainda pertence à terra (Cl 8, 12-17).
Paulo não exagera: na luz da páscoa de
Cristo vê “passar a cena deste mundo” (1 Cor 7,31) “Pertencemos a Cristo –
revela – não somos mais dessa terra!” (1 Cor 3, 21 e 6,19).
O tempo é curto: por que não fazer
direto o que é digno e possam permanecer junto ao Senhor sem distração? (1Cor
7, 29-35). Por que não se abrir para o conhecimento verdadeiro e finalmente
desfrutar o perfume da graça de Deus agora difundido no mundo? Talvez não
queira ser, a convite de Paulo, o eco distante da palavra de Jesus,
o muito agitar-se de Marta: “uma só coisa é necessária” (Lc 10,42).
Verdade que a nossa natureza é lenta,
preguiçosa, mal colocada; em vez disso foi criada e redimida por um caminho de
plenitude. Não pode agora desfrutar de pausas, sem mais perdas; nem toleram
reclamações ou fraquezas. Deus se humilhou até a morte para entrar em nossa
morte. Mais abaixo de lá ele não podia!...
Ao contrário, com a sua ressurreição o
nosso “subir com ele” não tem limites!
Paulo é “alcançado” (Fl 3, 13-14) por
esta ... graça infinita!
É por isso que “tudo parece perdido” (Fl
3,8); tem os “olhos da mente iluminados” (Ef 1, 17-18): penetra nas realidades
invisíveis e eternas; (2 Cor 4, 18) “inescrutável” (Ef 3,8), ainda a ser
percorrido.
Como é grande o fascínio que se sente atraindo
aqueles que se deixam atrair?
E Paulo foi tão longe, na verdade, quanto
se deixa “seduzir” (Jr 20,7), para nunca
confiar em qualquer realidade visível?
“Posso falar a língua dos anjos – explica
– ou conhecer todos os mistérios e toda a ciência ou possuir todos os bens do
mundo...” (1 Cor 13, 1-3); se a vida e o amor de Cristo não estão comigo e em mim...
para mim, eu não sou nada!
Então anseia por conhecimento, uma visão mais profunda de quem o amava; procurou
com insistência quem havia se oferecido, até a morte, por ele; que teve piedade
de sua vida, “transferindo-o para o seu reino! (Cl 1,13).
Mas como é grande este reino sem fim,
que de geração em geração, se dilata?
Como um observador atento poderia
descrever os limites?
Passaram milênios e incontáveis multidões de
confessores e virgens e doutores e mártires e pastores testemunharam o amor de
Cristo; que os “atraiu” para si e depois os ensinou (Jo 6, 44-45) e
“justificados” e... “glorificados” (Rm 8, 28-30).
A compaixão de Cristo não para.
Inesgotável... Com preocupação e firmeza exorta os seus (2 Cor 5, 14). Continua
a criar mundos, as almas; a derramar rios de misericórdia sobre toda a
humanidade.
Quem pode conhecer os segredos da
graça, que fala, inspira, avisa a consciência de cada homem?
E como ousa conhecer a regra do
Ressuscitado, sobre as criaturas angelicais? ( 1 Pd 3,22)
Ou os seus poderes para “julgar”, quando
gritará no final da história, uma extensão ilimitada de ossos secos (Ez 37), para
sair dos túmulos? (Jo 11, 43).
Impossível! No entanto, precisamente
Paulo deseja isto: penetrar no mistério da morte e ressurreição de Jesus; viver
na sua páscoa. Era necessário que o Senhor sofresse; ele o havia revelado (Mt
16,21). Paulo compreende que também para os discípulos é necessário que
carreguem este sofrimento: para que tenham vida.
“Está no lugar, de fato, o mistério da
impiedade” (2 Tess 2, 1-12). O “príncipe do mundo” odeia a vida e deseja a
morte de cada ser, do mundo, de Deus... (Jo 14,30 e 15,18-25). Só o sofrimento
de Jesus, da sua “comunidade”, é o prelúdio para a vitória final sobre o mal...
De fato, ele pode “abrir a sua mão e saciar todo ser vivente” (Sl 104, 28).
Paulo tem sede deste “poder
inescrutável e sabedoria de Cristo” (1 Cor 1,24), que vai descobrindo sempre
mais. Parece banalizar todos ou pelos menos considerar nada como importante...
Mas é somente ânsia daquele que não vai perder todas as riquezas da verdade e
da vida que está vivendo a serviço do Evangelho.
É a “pérola” (Mt 13,46) que encontrou e quer
possuir renunciando ao resto. E foge com ela em direção ao objetivo que é lá no
alto... (Cl 3, 1-2).
A alma do apóstolo vibra ao pensamento
de que no coração de Cristo estão contidos “todos os tesouros da sabedoria e da
ciência” (Cl 2,3). Ou agradável torpor, quanto há para aprender, para conhecer!
Quão longe você pode lançar um olhar?
E como explorar naquele corpo glorioso
toda “a plenitude da divindade”? (Cl 2,9).
Paulo sentiu que estava introduzido no
mistério do Ressuscitado: só nele
vivemos todos.
Portanto, em antecipação
da Páscoa, não pode... gemer e sofrer!
Sim, há ainda gemidos e tribulação! Mas
também a tribulação é causa de... consolação. É quando revela aos Corintíos: “Nós
não queremos que os irmãos ignorem como a tribulação que aconteceu conosco na
Ásia, nos fez sofrer muito, além de nossas forças, a ponto de perdermos a
esperança de sobreviver. Sim, nós nos sentíamos como condenados à morte para
aprender que a nossa confiança já não podia estar amparada em nós, mas em Deus
que ressuscitou dos mortos. E que nos libertou dessa morte e daquela morte nos
libertará também” (2 Cor 1,1-10).
Israel
geme!
Também por ele é
necessário esperar que a Páscoa do Senhor se cumpra. Que está aberto à fé e as
pessoas a encontrar a paz. A remissão de Israel será uma “ressurreição dos
mortos” (Rm 11, 11-15).
A Igreja geme e sofre!
“De fato: gememos, embora possuindo os
primeiros frutos do Espírito esperando a adoção de filhos, a redenção de nosso
corpo” (Rm 8, 1827).
Tudo geme: a criação, as pessoas, a
Igreja, mas não com gemidos mortais; tudo está esperando por um nascimento que
restitui a plenitude da vida...
Agora é o Ressuscitado que é invocado, em
nossa peregrinação. Paulo convida os fiéis a nutrir-se da “incessante oração”
(1 Tss 5,17), a desejar: “em nome de Jesus, atingir força no vigor de seu
poder. Senhor de todos e rico para com todos, não deixa decepcionados” (Rm
10,9-13 e Ef 6, 10-18).
Estamos imersos na vida do Ressuscitado.
Podemos nos apoiar confiantes no poder vivificante de Jesus. Paulo afirma: “tudo
posso naquele que me fortalece” (Fl 4,13).
Caríssimas irmãs e irmãos, eu tentei
coletar a granel, algumas migalhas da experiência de Paulo, dos apóstolos sobre
a Páscoa de Jesus: a sua morte e ressurreição. Acontecimento único e o mais
dramático da história do mundo. Também tu, irmã e irmão, mais cedo ou mais
tarde vais te encontrar em um primeiro dia da semana diante do sepulcro de
Jesus. Que para ti estará vazio e deverás interrogar-te seriamente: onde puseste o seu corpo?
Deixo-te uma última
palavra de Paulo, um desafio para todos os infernos da história, também o teu!
Um
versículo luminoso que Paulo levanta sobre todas as pessoas, memorial de vida e
de esperança.
Nós somos, de fato, a
geração adúltera e perversa; os ladrões ou os traidores ou os assassinos mais
abjetos; propriedade de uma “legião” de demônios; ou sob o governo mais cruel e
mais duradouro do Faraó, todavia:
“ninguém poderá nos separar do amor de Deus em Cristo Jesus, Senhor de
todos e nosso!” (Rm 8,38-39)
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